Neste sábado (14), Mato Grosso do Sul participou do Dia D Nacional de Prevenção à Dengue. A mobilização uniu agentes de saúde e moradores em ações de conscientização e eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, zika e chikungunya. Sob o lema “10 minutos de cuidado”, o objetivo é incentivar a população a inspecionar suas casas e eliminar pontos de água parada, especialmente em um momento crítico: os meses chuvosos que antecedem o verão.

Um esforço coletivo - Desde 18 de novembro, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) intensificou as ações de combate ao mosquito em todo o estado. Em 79 municípios, agentes realizaram visitas domiciliares, mutirões de limpeza e bloqueios químicos com máquinas de UBV (Ultra Baixo Volume). O foco são áreas com altos índices de infestação, identificadas pelo LIRAa (Levantamento de Índice Rápido para o Aedes aegypti).

As atividades também incluem campanhas educativas, blitzes informativas e capacitações técnicas para agentes de saúde. A criação de comitês municipais tem sido fundamental para monitorar as ações de forma integrada, enquanto a população é orientada a adotar medidas simples, mas eficazes, para evitar a proliferação do mosquito.

Riscos e desafios - A SES alertou para os riscos do aumento de casos de dengue durante o período de férias e festas de fim de ano, quando o trânsito de pessoas entre estados brasileiros cresce, favorecendo a disseminação do mosquito. Segundo o boletim epidemiológico mais recente, divulgado em 11 de dezembro, o estado já registrou 32 mortes por dengue em 2024, com outros 17 casos ainda em investigação.

Entre os municípios mais afetados estão Campo Grande, Bonito, Dourados, e regiões de fronteira como Ponta Porã e Sete Quedas. A SES destacou a importância do engajamento da população, pois a maioria dos criadouros do mosquito está em residências e quintais.

A importância dos “10 minutos” - O lema “10 minutos de cuidado” é um chamado para que as pessoas dediquem um curto período de tempo semanal à inspeção de suas casas e eliminação de recipientes que possam acumular água, como garrafas, pneus, pratos de plantas e caixas d’água destampadas. A ação simples pode fazer a diferença no controle da dengue.

Um exemplo simbólico dessa prática foi registrado na Ceilândia, no Distrito Federal, onde um saco plástico cheio de água acumulada quase se tornou um criadouro. Após ser alertada pelos agentes, a moradora furou o saco, escoando a água e eliminando o risco. Gestos assim, repetidos por milhares de pessoas, podem evitar que o estado enfrente uma nova epidemia como a de 2023, quando os casos superaram os quatro anos anteriores somados.

Próximos passos - O Dia D marca o início de uma série de mutirões semanais que ocorrerão em diferentes regiões de Mato Grosso do Sul e do Distrito Federal até o fim do período chuvoso. O engajamento de gestores municipais e da população é considerado essencial para o sucesso das ações.

A SES também atualizou seu Plano de Contingência, com estratégias específicas para regiões de fronteira e áreas indígenas, além de reforçar o suporte técnico e logístico aos municípios.

A luta contra a dengue é um esforço contínuo que depende tanto de políticas públicas eficazes quanto da participação de cada cidadão. Em tempos de mudanças climáticas e verões mais longos, os “10 minutos de cuidado” podem ser a diferença entre uma casa protegida e um lar vulnerável.