Fernanda Trisotto, Amanda Pupo, Giordanna Neves e Célia Froufe | 28 de novembro de 2024 - 10h25

Haddad destaca que salário mínimo continua tendo ganho real, acima da inflação

O ministro da Fazenda reforçou a importância do arcabouço fiscal e da intenção do governo de fazer o País crescer com sustentabilidade e inflação controlada, mesmo com o "choque que tivemos este ano"

APESAR DA MUDANÇA...
O ministro Fernando Haddad - (Foto: ABrasil)

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, enfatizou nesta quinta-feira, 28, que, apesar da mudança na fórmula de cálculo, o salário mínimo no Brasil continuará tendo ganho real, com ajustes acima da inflação. "Ele continua tendo aumento, mas esse aumento vai estar condicionado ao espaço da capacidade fiscal, da regra do arcabouço, entre 0,6% e 2,5%. Isso significa que o salário pode, inclusive, subir numa recessão, por exemplo", ilustrou.

Haddad reforçou a importância do arcabouço fiscal e da intenção do governo de fazer o País crescer com sustentabilidade e inflação controlada, mesmo com o "choque que tivemos este ano".

Ele também enfatizou o trabalho do Banco Central, de conseguir controlar a inflação, apesar de choques internos e externos. "Ainda assim, o País está crescendo, vamos fechar o ano de crescimento de 3,5% e uma inflação, se não dentro, muito próxima do teto da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN)."

Equipe econômica - Haddad, disse que, se for necessário, a equipe econômica poderá apresentar novas medidas de contenção de gastos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para "sintonizar aspirações". Ele reiterou, no entanto, que as propostas divulgadas terão contenção real de R$ 327 bilhões até 2030.

Ao comentar sobre as críticas do mercado de que houve uma "desidratação" no pacote, Haddad disse que é preciso sopesar os ganhos de médio prazo, que podem ser nulos, e os riscos de aprovação das medidas no Congresso Nacional.

Ele citou, por exemplo, que colocar o programa Pé-de-Meia no orçamento pode ter impacto maior do que desvinculação, por exemplo. "Foi feita essa consideração sobre cada ponto que está aqui. E na verdade, todo mundo cedeu às evidências. Ninguém aqui é teimoso de se negar a enxergar dados", disse.

Haddad avaliou que a Junta de Execução Orçamentária (JEO) nunca esteve tão sintonizada para atender a necessidade de reforçar o arcabouço fiscal quanto nos últimos dois meses. "Eu estou dando testemunho de que nos últimos dois meses esses ministros estiveram debruçados sobre o tema com convicção de que tínhamos que apresentar o que estamos apresentando hoje", afirmou.