14 de janeiro de 2010 - 17h20

Cinderela larga príncipe e Branca de Neve toma Prozac em livro na Espanha

Leitura

  Um livro no qual Cinderela se rebela, vira vegetariana, sai do baile só de madrugada e larga o príncipe encantado, e em que sua amiga Branca de Neve usa Prozac para combater a depressão, se tornou um dos maiores sucessos de venda das últimas semanas na Espanha.

  A obra La Cenicienta que no Queria Comer Perdices (“A Cinderela que não queria comer perdizes”, em uma alusão ao tradicional final de contos em espanhol, que acabam com a frase “foram felizes e comeram perdizes”) vendeu mais de 50 mil exemplares no país nas seis primeiras semanas após seu lançamento.

  A história foi criada quase que por brincadeira pela escritora Nunila López Salamero e pela desenhista Myriam Cameros Sierra.

  Elas contam que ofereceram o livro a várias editoras espanholas e não receberam nem um e-mail como resposta.

  Com a ajuda de amigas e de associações de combate à violência contra a mulher, López e Cameros juntaram dinheiro em coletas para a primeira publicação e o sucesso foi imediato.

  Receberam apoio de intelectuais espanhóis e chamaram a atenção de uma das maiores editoras da Espanha, a Planeta, que publicou o texto.

Outras princesas

  A Cinderela espanhola do século 21 percebe que era uma mulher maltratada pela madrasta e suas irmãs, abandonada pelo pai, forçada a estar magra para caber em roupas de tamanho 38 e que o príncipe, depois que se tornou seu marido, era um mandão e eterno insatisfeito.

  No livro, a renovada Gata Borralheira ainda se reencontra com suas amigas princesas que também estão em nova fase e com outros personagens de contos clássicos que decidem mudar de vida.

  A Bela Adormecida explica como acordou sozinha, Branca de Neve sai da depressão, deixa o Prozac (remédio ansiolítico) e resolve se bronzear até ficar morena.

  “(O livro) é dedicado a todas as mulheres valentes que querem mudar de vida”, explicam as autoras.

  Ele deverá ser lançado no Brasil em 2010, mas ainda sem previsão de data, nem título definitivo.