Era manhã do dia 7 de novembro quando Beatriz Modafari Martin, beneficiária da Caixa dos Servidores, deixou o Hospital Cassems de Campo Grande com a sensação de alívio que só quem enfrentou um linfoma de Hodgkin pode descrever. O motivo? Beatriz acabava de superar o transplante de medula óssea, um procedimento complexo e delicado que, desde agosto de 2022, tem sido uma das maiores conquistas da unidade hospitalar.

Ela é a décima paciente a passar pelo procedimento com sucesso, resultado de um esforço que mistura tecnologia de ponta, gestão eficiente e um atendimento humanizado. “Cada paciente é um vencedor, e nossa missão é estar ao lado deles em todas as etapas,” afirma a hematologista Soraia Romanini, que acompanhou o caso de Beatriz de perto.

O caminho não foi fácil. “A doença voltou após o primeiro tratamento, mas a quimioterapia e o transplante se tornaram uma nova chance. Agora, ela está em uma etapa crucial do processo, e isso vai impactar significativamente a recuperação,” explicou Soraia.

Um hospital que transforma - Desde o primeiro transplante, em agosto de 2022, o serviço de medula óssea do Hospital Cassems vem se consolidando como um marco em Mato Grosso do Sul. O médico oncologista Renato Yamada não esconde o entusiasmo ao falar da equipe e da estrutura que viabilizam esses resultados. “Esse é um serviço que vem se solidificando. Não somos apenas os únicos na cidade a oferecer transplantes, mas estamos nos tornando os melhores,” afirma.

Yamada destaca que o sucesso não vem apenas dos equipamentos modernos ou dos protocolos médicos. “A equipe multiprofissional é o coração do serviço. Ninguém faz isso sozinho. Há um esforço coletivo, do técnico de enfermagem ao especialista, que garante o melhor cuidado ao paciente,” diz ele.

Beatriz, emocionada, descreve o cuidado que recebeu como algo que fez toda a diferença. “Eles estavam comigo o tempo todo, cuidando de cada detalhe. Estou aqui pelos meus filhos e minha neta. Quero viver para estar ao lado deles, e essa equipe me deu essa chance,” conta.

O que vai além da técnica - A médica hematologista Soraia Romanini salienta que o transplante de medula óssea é um processo longo, que exige não apenas técnica, mas também empatia. “A gente tenta se colocar no lugar do paciente. Não é só sobre a parte clínica; é sobre o impacto emocional e físico que isso representa na vida deles. É gratificante ver as pessoas confiarem no nosso trabalho e saber que estamos fazendo a diferença,” reflete.

Para Soraia, o dia da “pega” da medula — quando as células transplantadas começam a funcionar no corpo do paciente — é apenas o começo. “O acompanhamento é constante. O transplante não termina quando a alta chega. Seguimos ao lado do paciente nessa jornada,” conclui.

Um marco para a saúde pública - Com dez transplantes realizados em pouco mais de dois anos, o Hospital Cassems não apenas celebra números, mas também a reafirmação de um compromisso com a saúde de Mato Grosso do Sul. Em um cenário onde a medicina pública e privada enfrenta desafios diários, a unidade se apresenta como um exemplo de como gestão eficiente e cuidado humanizado podem andar juntos.

Para Renato Yamada, o futuro é promissor. “Queremos continuar sendo referência, não só na cidade, mas na região. Nosso foco é oferecer o melhor para quem precisa, e sabemos que estamos no caminho certo,” avalia.