Nos bastidores das redes sociais, onde o brilho dos craques vira estratégia de Estado, a Arábia Saudita lançou sua campanha oficial para sediar a Copa do Mundo de 2034, e quem rouba a cena é o brasileiro Neymar. O atacante, que hoje atua pelo Al-Hilal, estrela o vídeo de lançamento da candidatura e se desmancha em elogios à sua nova casa, em meio a promessas de que o futebol saudita está prestes a viver uma revolução.

“Fiquei bastante surpreendido com a Arábia Saudita. De fora, temos uma perspectiva muito diferente do que é o país. Fiquei surpreendido. Por isso, é muito importante que o mundo saiba mais sobre a cultura saudita”, diz Neymar no vídeo, em tom que mistura surpresa e admiração. Mais do que um craque do esporte, Neymar parece aqui como um porta-voz não oficial, alguém que ajuda a dar a Arábia Saudita uma nova cara, longe dos estereótipos e com foco no campo, no drible e no gramado.

Para além da autopromoção, o vídeo sugere que a Arábia Saudita quer ser algo mais que um destino exótico de jogadores em final de carreira. Com Cristiano Ronaldo, Benzema e agora Neymar, o país monta uma vitrine de astros internacionais que serve de cartão de visitas. E Neymar, entre menções a amigos e reflexões sobre o impacto de sua carreira, parece acreditar de verdade na proposta: “Hoje, eu sei que tenho uma grande influência. O Cristiano Ronaldo é um grande ídolo e o Benzema também. Sabemos o nosso poder”, reflete o jogador, que sugere que mais atletas deveriam considerar essa “aventura saudita”.

A relação de Neymar com o futebol local, porém, já teve seus tropeços. Mesmo com um contrato valendo até 2025, ele pouco jogou devido a uma lesão séria, uma ruptura no tendão da coxa esquerda que pode comprometer ainda mais seu tempo em campo. O brasileiro chegou a ensaiar um retorno, mas o drama das lesões seguiu: a promessa de uma nova temporada foi frustrada com mais uma contusão. Ainda assim, Neymar parece determinado a deixar sua marca.

Ele, que já declarou apoio ao projeto de longo prazo do Al-Hilal, vê o momento como uma oportunidade para preparar o país para os 30 anos que vêm. “Acredito que muitos vão ter a oportunidade de vir para cá e penso que todos deveriam ter a chance de viver o que eu tenho vivido. Os jogadores sauditas estão melhorando em termos de competitividade e qualidade. Significa que em 2034 serão melhores”, arrisca Neymar, em uma análise otimista sobre o desenvolvimento local.

A campanha tem um viés muito claro: além de promover o país como um polo esportivo emergente, ela busca mostrar que a Arábia Saudita, ao investir no esporte, pretende se firmar como um protagonista global, não apenas como observadora, mas como participante ativa na construção de um novo futebol.