Da redação | 11 de novembro de 2024 - 12h16

Fiems reúne construtores e prefeitos para discutir moradia popular em MS

Com demanda crescente e poucos recursos, Estado tenta aproximar empresários e governo para resolver déficit habitacional

HABITAÇÃO
Fiems sedia encontro sobre moradia popular em MS, unindo governo e construção civil para enfrentar desafios habitacionais. - (Foto: Divulgação)

Na manhã de uma segunda-feira quente, 11 de novembro, um grupo de empresários da construção civil e representantes de prefeituras do interior sentaram-se no auditório da Fiems (Federação das Indústrias de Mato Grosso do Sul). Em pauta, um tema que é tão básico quanto escasso: a habitação. O workshop, organizado pelo Governo do Estado e realizado na sede da Federação, buscava costurar uma aproximação entre setor privado e poder público para tentar resolver o que se desenha como um dos maiores desafios da próxima década — a construção de moradias acessíveis em um Estado onde a indústria cresce, mas o teto continua raro e caro.

Na abertura do encontro, Alonso Resende do Nascimento, presidente do Sinduscon-MS (Sindicato Intermunicipal da Indústria da Construção) e diretor da Fiems, parecia entusiasmado. “É um assunto importantíssimo para nós, que estamos no coração da construção civil”, disse ele, fazendo questão de enfatizar sua participação ativa no sindicato. Ele representava Sérgio Longen, presidente da Fiems, que ficou ausente do evento.

Jaime Verruck, secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, subiu ao palco para traçar um panorama econômico do Estado. A mensagem era clara: Mato Grosso do Sul está no radar das grandes indústrias, que trazem emprego e aquecem a economia, mas também pressionam o mercado de moradia. “Todo empresário que vem ao Estado pede logo uma coisa: casa para os trabalhadores”, disse Verruck, como quem antecipa a próxima crise imobiliária. A ideia do evento, segundo ele, era justamente antecipar os desafios, antes que o déficit habitacional explodisse.

Jaime Verruck, secretário da Semadesc; Alonso Resende do Nascimento, presidente do Sinduscon-MS e Maria do Carmo Avesani, diretora-presidente da Agehab

Também presente estava Maria do Carmo Avesani, diretora-presidente da Agehab (Agência de Habitação Popular do Estado). Maria do Carmo discorreu sobre as possibilidades no setor de habitação popular, mas não sem admitir os desafios práticos. “Este encontro é uma oportunidade para ouvirmos as necessidades dos empresários e discutirmos como viabilizar a construção de casas populares”, afirmou, soando quase como um apelo aos construtores presentes.

No final do workshop, empresários e prefeitos trocaram cartões e conversas formais sobre projetos futuros, enquanto o auditório se esvaziava lentamente. Ficava no ar uma sensação de urgência mal resolvida, como se a cada minuto sem ação, mais trabalhadores migrassem para favelas improvisadas ou apertados conjuntos habitacionais nos arredores das cidades.

A promessa do governo de Mato Grosso do Sul é clara: promover o diálogo e acelerar processos. Mas, diante da complexidade de construir um Estado para todos, com teto e dignidade, resta saber quem dará o primeiro passo.