A cidade de Fátima do Sul, no Mato Grosso do Sul, está no centro de uma investigação curiosa: a Polícia Federal está lá para cumprir mandados e entender como o nome de Lula apareceu como filiado ao Partido Liberal (PL), o partido de Jair Bolsonaro. A operação, chamada de “Infiliatio”, tenta esclarecer como o presidente Lula, há anos filiado ao PT, acabou, ao menos no sistema do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), como membro do partido de seu principal rival político.

Tudo começou em julho de 2023, quando, sem aviso, Lula apareceu como membro do PL no sistema de filiação do TSE. A surpresa foi grande, afinal, Lula é do PT há décadas e nunca sinalizou qualquer mudança de partido, muito menos para o partido de Bolsonaro. Isso despertou a atenção das autoridades, e a Polícia Federal começou a investigar.

O curioso é que não houve invasão no sistema do TSE. Segundo a Polícia Federal, alguém de fora teria feito o pedido de filiação usando os dados de Lula, o que se configura como falsidade ideológica e até invasão de dispositivo informático. Ou seja, um “terceiro” teria se passado pelo presidente para vinculá-lo ao PL sem o seu consentimento.

Mas a história não termina aí: o pedido de filiação no PL exige aprovação interna, o que significa que alguém do partido viu o pedido e o aprovou. Agora, a Polícia Federal também investiga esse funcionário do PL que deu o aval para a filiação falsa, tentando entender se foi um erro ou algo intencional.

Enquanto a operação “Infiliatio” busca respostas para esse episódio incomum, Fátima do Sul, que geralmente passa longe das notícias nacionais, se vê no meio dessa confusão política envolvendo o nome do presidente e o partido do ex-presidente.