12 de janeiro de 2010 - 12h03

Hebe Camargo tem câncer raro, mas com 60% de chances de cura

Gente
Até a noite de segunda-feira, 11, Hebe não sabia sobre o câncer - Reprodução

Hebe passará por seis ou oito sessões, de cerca de cinco horas cada uma. O tratamento deve durar pelo menos cinco meses e, segundo o cirurgião-geral Antônio Luiz Vasconcellos Macedo, que operou Hebe no sábado, há grande chance de recuperação.

O câncer é maligno e muito raro, mas em 60% dos casos há recuperação na primeira fase do tratamento. Segundo Antônio, para cada 100 mil pessoas, existem cinco casos. Ele é primo-irmão do câncer de ovário e só ocorre em mulheres. Uma em cada 70 mulheres tem câncer de ovário. No caso do câncer do peritônio - uma membrana que reveste a cavidade abdominal - a incidência é de uma em cada 700 mulheres com a doença.

Como efeitos colaterais, a apresentadora terá perda de cabelo e amortecimento na ponta dos dedos no final tratamento. Não há previsão de que ela tenha náuseas. A aplicação da quimioterapia acontece em um único dia, a cada três semanas, no próprio Hospital Albert Einstein, onde ela está internada desde a sexta-feira. Ao longo do tratamento, ela deve ser submetida a uma nova cirurgia para ver se está tendo progresso na recuperação.

Dores abdominais

Hebe estava em Miami, nos Estados Unidos, quando começou a sentir dores abdominais. Ela retornou ao Brasil logo após o réveillon e, na terça-feira, se internou no Einstein, onde fez uma endoscopia do estômago e uma colonoscopia no intestino grosso. Os dois exames não apresentaram anormalidades. Foi a tomografia que acusou os nódulos.

Hebe voltou para casa e descansou por dois dias. na sexta à noite ela foi internada novamente e no sábado fez um cirurgia por laparoscopia. Segundo o oncologista Sérgio Simon, especializado em cancerologia clínica, todos os órgãos do abdômen estavam normais, mas o peritônio, uma membrana de dois metros de extensão, apresentava vários nódulos.

Alguns nódulos foram retirados e submetidos a um congelação, que revelou o tumor. O diagnóstico definitivo foi apresentado pela equipe médica na noite de segunda-feira.

Hebe voltou a se alimentar e deve deixar a unidade semi-intensiva ainda nesta terça-feira. Simon disse que apesar da idade avançada da apresentadora, seu estado de saúde é de uma pessoa bem mais jovem . Ainda assim, haverá uma adaptação de doses do medicamento à sua idade.

 

 

 

Até a noite de segunda-feira, Hebe não sabia sobre o câncer. Segundo seu assessor de imprensa, ela aproveitou uma saída dos médicos do quarto para ligar a televisão e saber o que estava acontecendo. A assessoria informou que a apresentadora viu uma notícia que dizia que ela tinha um câncer no estômago e que ficou preocupada por que o médico não lhe havia dito nada a respeito.

Simon disse que Hebe se abateu, mas que ela tem um espírito forte e logo se recuperou.

- Ela tem uma amiga que teve a mesma doença. Isso pode ajudá-la. Será um exemplo para Hebe, já que a amiga está ótima, esquiando nos Estados Unidos - contou Simon. - Além disso, Hebe tem saúde boa, admirável para alguém com a idade dela.

Os médicos explicaram que não há nenhuma semelhança entre a doença da apresentadora e a do vice-presidente José Alencar. O caso de Hebe é considerado um câncer primário porque se originou no peritônio, uma membrana que cobre as vísceras. Eles acreditam que vai depender da própria apresentadora o seu retorno ao trabalho.

Hebe ainda não está recebendo visitas e deve receber alta até o fim dessa semana. Ela se mostrou muito emocionada com o carinho dos fãs.