Da Redação | 25 de outubro de 2024 - 11h20

Casos de hepatite A crescem em Campo Grande e preocupam autoridades de saúde

Sesau adota medidas para controle e prevenção; 60 casos registrados em 2024, contra nenhum no ano anterior

CAPITAL
UPA em Campo Grande lotado - (Foto: Arquivo)

Campo Grande está em alerta com o aumento significativo de casos de hepatite A na cidade neste ano.

Até o momento, foram registrados 60 casos, todos sem óbitos, em comparação ao ano anterior, quando não houve nenhum registro da doença. Esse aumento segue uma tendência observada em outras capitais, como São Paulo, Florianópolis e mais recentemente Curitiba.

Diante do cenário, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) está em diálogo com o Ministério da Saúde para intensificar as ações de controle da hepatite A.

Entre as medidas adotadas estão o levantamento do perfil epidemiológico dos pacientes, a busca ativa de novos casos e a orientação às pessoas que tiveram contato próximo com os infectados. Com apoio da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e do Ministério da Saúde, a Sesau também elaborou uma nota técnica voltada para profissionais e instituições de saúde, tanto públicas quanto privadas. A secretaria conta, ainda, com o apoio da mídia para disseminar informações essenciais à população.

O que é? - A hepatite A é uma infecção viral que pode ser prevenida por meio de vacinação e é transmitida principalmente pela via fecal-oral, ou seja, pelo contato de fezes contaminadas com a boca. A doença está frequentemente associada ao consumo de alimentos ou água contaminados e a condições precárias de saneamento e higiene pessoal. Outras formas de contágio incluem o contato pessoal próximo e contato sexual.

Os sintomas iniciais incluem fadiga, mal-estar, febre e dores musculares, seguidos de sintomas gastrointestinais, como enjoo, vômitos, dor abdominal e diarreia. Também são comuns sinais como urina escura e icterícia (pele e olhos amarelados). Esses sintomas geralmente surgem entre 15 e 50 dias após a infecção e duram menos de dois meses.

O diagnóstico é feito por exame de sangue e, embora não haja tratamento específico, a automedicação deve ser evitada, especialmente com paracetamol, que pode agravar o quadro. Casos mais graves, com insuficiência hepática aguda, requerem hospitalização.

O isolamento de contato é fundamental até o final da segunda semana de manifestação dos sintomas para evitar a propagação do vírus.

Prevenção - Para prevenir a hepatite A, a Sesau orienta a população a adotar medidas simples, como lavar as mãos antes de preparar alimentos, lavar frutas e vegetais com solução de hipoclorito de sódio e cozinhar bem os alimentos. É importante também desinfetar objetos e superfícies em locais públicos e evitar contato com águas contaminadas.

A vacina contra a hepatite A faz parte do calendário infantil, sendo aplicada em dose única aos 15 meses de idade (ou a partir dos 12 meses até 4 anos, 11 meses e 29 dias). Para pessoas com condições de saúde específicas, como portadores de hepatopatias crônicas, hepatite B, coagulopatias, doenças imunodepressoras, fibrose cística, trissomias e pessoas vivendo com HIV ou aids, a vacina está disponível no Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), localizado no ambulatório do HRMS, na Avenida Engenheiro Lutero Lopes, nº 36, Bairro Aero Rancho.