Preço da carne sobe, e o consumidor começa a sentir o impacto
O preço da carne no Brasil subiu em outubro, impulsionado pela alta da arroba do boi e fatores como exportações, clima e demanda interna
CONSUMIDORO mês de outubro começou com uma notícia não muito boa para quem gosta de carne. O preço da arroba do boi gordo, que é a medida usada para definir o valor da carne, subiu de R$ 276 no início do mês para R$ 306 algumas semanas depois. Esse aumento é resultado de uma mistura de fatores, como a produção de gado, o clima, as exportações para outros países e as eleições. E esse impacto já começa a ser sentido pelos consumidores, embora de formas diferentes.
Quem compra grandes quantidades de carne, como os donos de restaurantes e lanchonetes, já está reclamando dos preços. Para eles, o aumento foi rápido e claro. Por outro lado, quem compra pouca carne no dia a dia ainda não sentiu tanto a diferença, mas isso pode mudar em breve.
Essa alta no preço da carne tem várias causas. A primeira delas é o ciclo de produção de gado, que está em uma fase onde há menos animais para abate. Isso aconteceu porque, nos últimos anos, muitos produtores venderam as vacas reprodutoras, o que diminuiu a quantidade de bezerros. Com menos bois no mercado, os frigoríficos precisam pagar mais caro pela carne, e isso acaba chegando no bolso do consumidor.
Além disso, o clima tem complicado a situação. O Brasil tem enfrentado secas e queimadas em várias regiões, o que prejudica as pastagens onde os bois se alimentam. Com menos pasto, os produtores precisam gastar mais para alimentar os animais, o que aumenta os custos de produção.
Outro fator importante é o aumento das exportações. O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo, e países como China e Chile têm comprado grandes quantidades. Isso faz com que parte da carne produzida aqui seja enviada para fora, o que ajuda a aumentar os preços no mercado interno.
Por fim, o período de eleições também tem um impacto na economia. Quando o país está em época de eleições, geralmente há mais dinheiro circulando, e as pessoas ficam mais otimistas, gastando mais. Isso ajuda a aquecer o mercado, inclusive o de carnes, o que contribui para o aumento dos preços.
E ao consumidor, como fica? - Nos açougues, a resposta dos consumidores tem sido diferente de acordo com o local. Em alguns lugares, o aumento ainda não chegou com tanta força, e os preços continuam parecidos com os de antes. Os donos desses estabelecimentos estão tentando não repassar todo o aumento para os clientes, mas sabem que isso não vai durar para sempre. Em outros bairros, o aumento já é sentido no dia a dia. Produtos como linguiça e espetinhos, que são populares, já ficaram mais caros, subindo de R$ 9 para R$ 11, por exemplo.
Mesmo com o aumento, muitas pessoas continuam comprando carne, mesmo reclamando dos preços. Alguns comerciantes notaram que, após um início de mês mais fraco nas vendas, os clientes começaram a aceitar os novos preços e a voltar a comprar no final de semana.
O que esperar do futuro? - O cenário para os próximos meses não parece muito animador. Com as exportações em alta e a falta de bois no mercado, a tendência é que os preços continuem subindo. Para quem trabalha nos açougues, segurar o aumento por muito tempo será difícil, e logo os consumidores vão sentir essa diferença no bolso.
Enquanto isso, o mercado de carne bovina continua aquecido. A demanda por exportação e a baixa oferta de bois indicam que os preços vão continuar subindo, e o consumidor brasileiro terá que pagar mais pela carne no futuro.
Para quem gosta de churrasco, a dica é se preparar para gastar um pouco mais, já que a previsão é de que a carne continue subindo de preço. Enquanto os açougues tentam manter os preços o mais baixo possível, a pressão para aumentar os valores está crescendo cada vez mais.