A senadora de Mato Grosso do Sul, Tereza Cristina (PP), declarou em entrevista ao Estadão que ficou decepcionada com o ex-presidente Jair Bolsonaro após ele ter mudado seu apoio político durante as eleições municipais de Campo Grande. Bolsonaro, que inicialmente apoiava a candidata à reeleição Adriane Lopes (PP), acabou compondo com Beto Pereira (PSDB), uma movimentação que pegou de surpresa muitos de seus aliados, inclusive a senadora.

Tereza Cristina, que manteve sua posição de apoio a Adriane Lopes, comentou sobre sua reação à decisão do ex-presidente. "Eu confesso que fiquei decepcionada (com Bolsonaro), na época. Mas agora já passou. Até falamos pelo telefone. Eu liguei para ele porque essa iniciativa deve partir de quem pede apoio. Acertamos tudo e está tudo bem. Acho que o PL cometeu vários erros nessa eleição, e não é só minha opinião. Temos ouvido isso em muitos lugares, inclusive aqui no Senado. Mas, enfim, agora é um novo tempo, rachamos a direita no Estado, vamos dizer assim, os conservadores, o centro de direita, nós rachamos, mas agora estamos numa hora de reconstruir", revela.

Ela também mencionou que o Partido Liberal (PL) cometeu vários erros nesta eleição, algo que tem sido debatido até no Senado. "Acho que o PL cometeu vários erros nessa eleição, e não é só minha opinião. Temos ouvido isso em muitos lugares, inclusive aqui no Senado", completou.

Divisão da direita em MS - A senadora refletiu sobre o impacto que essa divisão política pode ter tido nas eleições, reconhecendo que o racha entre os conservadores e o centro de direita em Mato Grosso do Sul foi significativo. “Rachamos a direita no Estado, vamos dizer assim, os conservadores, o centro de direita, nós rachamos, mas agora estamos numa hora de reconstruir”, ponderou a senadora.

Mesmo com essa divisão, Tereza acredita que o ex-presidente Bolsonaro ainda tem uma forte base de apoio no estado, apesar da decepção de alguns eleitores. "No nosso Estado, o Bolsonaro tem, sim, o seu eleitor, que ficou desapontado com ele, de não ter ficado desse lado, mas ele tem, no Mato Grosso do Sul, ele é um dos grandes apoiadores para qualquer candidato", explicou.

Além de Bolsonaro, Tereza Cristina destacou o papel do governador Eduardo Riedel (PSDB) como uma figura bem avaliada politicamente no estado, sendo uma influência significativa nas decisões eleitorais junto a ela e ao ex-presidente.

Questionada sobre a possibilidade de compor uma chapa com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), para as eleições de 2026, Tereza Cristina preferiu adotar uma postura cautelosa. "Vamos deixar, vamos ganhar 2024 agora, e depois nós vamos pensar em 2026", afirmou, deixando em aberto possíveis articulações para o futuro.