A famosa ideia de que o brasileiro sempre deixa tudo para a última hora pode não se aplicar ao recadastramento do programa Mais Social, que oferece uma ajuda financeira essencial para muitas famílias em Mato Grosso do Sul. Faltando 80 dias para o fim do prazo, que é 31 de dezembro, mais de 60% dos 48 mil beneficiários já correram atrás para garantir a continuidade do benefício.

O recadastramento é obrigatório para continuar recebendo o auxílio de R$ 450 por mês, usado para comprar alimentos, gás de cozinha e produtos de limpeza e higiene. Apesar do avanço, muita gente ainda não se apresentou e precisa atualizar seus dados para não perder o benefício.

Uma rotina de dificuldades

Entre os que já se recadastraram está a diarista Emiliana Gadeia Marin, que foi na última quarta-feira, 9 de outubro, até a Superintendência do Programa Mais Social, em Campo Grande, para resolver sua situação. Emiliana mora no bairro Santa Carmélia e cuida dos três netos — Kevin, de 1 ano; Vitória, de 9; e Bianca, de 12 — enquanto sua filha está desempregada. Para ela, o Mais Social é uma ajuda essencial para garantir que sempre tenha algo em casa para alimentar as crianças. “Todo dia eles querem pão, querem alguma coisa”, desabafa. “Se fosse só eu e minha filha, tudo bem, mas com as crianças fica difícil sem essa ajuda”.

Histórias como a de Emiliana são comuns entre os beneficiários. Marciano Guerreiro, de 65 anos, também fez o recadastramento logo que foi chamado. Ele mora na Vila Palmeira e, por conta de problemas de saúde, não consegue mais trabalhar. “Tenho problema na coluna e no joelho, sem o programa, acho que estaria na rua pedindo esmolas”, comenta. Para ele, o dinheiro do Mais Social faz toda a diferença para não passar fome.

A importância de não deixar para depois

O Mais Social é um programa do governo estadual, criado para garantir que as famílias de baixa renda tenham o básico: comida, gás de cozinha e produtos essenciais para o dia a dia. Quem é beneficiado recebe um cartão com o valor de R$ 450 por mês, que só pode ser usado para essas compras, excluindo itens como bebida alcoólica e cigarro.

A equipe do Mais Social está se esforçando para garantir que ninguém fique de fora do recadastramento. Eles estão chamando os beneficiários em cada cidade e região, e quem for convocado precisa comparecer com documentos pessoais e comprovantes para atualizar os dados. O objetivo é manter o benefício só para quem realmente precisa e garantir que as famílias mais vulneráveis continuem sendo assistidas.

Além da ajuda: qualificação para mudar de vida

Mas o Mais Social não é só um programa de assistência. Agora, o governo também quer oferecer qualificação profissional para os beneficiários. A ideia é simples: ajudar essas pessoas a conseguirem um emprego e, assim, melhorar de vida. O projeto é feito em parceria com a Funtrab (Fundação do Trabalho de Mato Grosso do Sul) e a Sead (Secretaria de Estado de Assistência Social e dos Direitos Humanos).

A diarista Vera Lúcia Molina Barreto, que também recebe o benefício, vê a qualificação como uma oportunidade. Aos 58 anos, desempregada e vivendo com o neto de 8 anos no bairro Santo Amaro, Vera conta que o dinheiro do Mais Social é o que tem mantido a casa em pé. “Eu compro comida e gás com o que recebo. É o que me salva”, explica. A ideia de se qualificar para conseguir um emprego melhor é um caminho para sair da dependência do benefício e garantir um futuro mais estável.

O fim do prazo e a urgência do recadastramento

Embora 60% dos beneficiários já tenham feito o recadastramento, a corrida agora é para garantir que os outros 40% não percam o prazo. O governo está pedindo que todos que ainda não atualizaram os dados procurem logo a equipe do Mais Social. Quem não fizer isso até o dia 31 de dezembro vai deixar de receber o benefício, e isso pode significar uma grande perda para muitas famílias.

Para quem tem dúvidas sobre como e onde fazer o recadastramento, o telefone de contato é (67) 3368-9000. A equipe do Mais Social está à disposição para orientar todos os beneficiários e garantir que ninguém fique sem essa ajuda essencial.

Um alívio temporário e a busca por soluções mais permanentes

O Mais Social tem sido um alívio para muitas famílias que enfrentam dificuldades para colocar comida na mesa, mas o governo quer que esse alívio seja temporário. Com a oferta de qualificação profissional, o objetivo é que as pessoas tenham a chance de melhorar de vida e não precisem mais depender do benefício. A ideia é que, com um emprego, elas possam conquistar mais autonomia e segurança financeira.

Por enquanto, porém, a prioridade é garantir que ninguém fique sem o auxílio nos próximos meses. A proximidade do fim do prazo de recadastramento deixa claro que o tempo está passando e que é preciso agir rápido. Como Emiliana e Marciano, milhares de outras pessoas ainda dependem do Mais Social para atravessar dias difíceis e garantir o básico para suas famílias. Para elas, esse recadastramento pode significar a diferença entre ter comida na mesa ou passar por mais dificuldades.