Carlos Guilherme | 09 de outubro de 2024 - 10h20

Endividamento cresce em Campo Grande e cartão de crédito é o principal vilão, aponta pesquisa

Pesquisa revela que 66,9% das famílias da capital sul-mato-grossense estão endividadas, com destaque para o uso excessivo de cartões de crédito

CAPITAL
Cartão de crédito é apontado como principal causa de endividamento das famílias em Campo Grande - (Foto: ABrasil)

O índice de endividamento das famílias de Campo Grande aumentou em setembro de 2024, conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo. Em comparação com o mês anterior, o crescimento foi de 1,4%, colocando o número de famílias com dívidas em 66,9%.

O cartão de crédito continua sendo o principal responsável pelo endividamento das famílias, sendo mencionado por 72,4% dos entrevistados. Outros tipos de dívidas, como carnês de lojas (17,7%), financiamento de casa (9,9%) e crédito pessoal (8,1%), também aparecem com frequência, mas em menor proporção.

Entre os endividados, 30,2% têm contas em atraso, e 10,9% afirmaram não ter condições de pagar as dívidas. Em agosto, esses percentuais eram de 30,7% e 11,1%, respectivamente, o que mostra uma leve melhora no cenário de inadimplência, mas ainda reflete a pressão financeira sobre as famílias.

A economista Regiane Dedé de Oliveira, do Instituto de Pesquisa Fecomércio MS (IPF/MS), explica que as famílias de menor renda estão entre as mais impactadas. "Entre as famílias que ganham até 10 salários mínimos, 17% se declaram muito endividadas, enquanto esse índice é de 7,1% para quem recebe mais de 10 salários. Isso mostra como o peso das dívidas afeta mais as classes de menor poder aquisitivo", comenta a economista.

A pesquisa também revelou que, entre as famílias com contas atrasadas, 51% estão com dívidas pendentes há mais de 90 dias, o que indica um comprometimento de longo prazo com as obrigações financeiras. No entanto, 38,9% acreditam que poderão pagar parcialmente essas contas no próximo mês, enquanto 36,1% afirmam não ter condições de quitar as dívidas. A pesquisa completa pode ser acessada neste link.