Rose Modesto, candidata do União Brasil, fechou o primeiro turno das eleições de 2024 com 29,56% dos votos. Embora tenha ficado atrás da atual prefeita Adriane Lopes (PP), que alcançou 31,66%, a diferença de pouco mais de dois pontos percentuais não parece intimidá-la. Rose acredita que, com um discurso de renovação e uma estratégia bem desenhada, pode virar o jogo no segundo turno e conquistar a prefeitura de Campo Grande.

"Esse eleitor que votou em outros candidatos estava atrás de mudança. E a mudança agora está representada 100% pela nossa candidatura, não mais pela prefeita que está aí", disse Rose, após a confirmação dos resultados. Sua campanha se apoia na ideia de que os problemas da cidade — como saúde pública, falta de creches e infraestrutura precária — ainda não foram devidamente enfrentados pela gestão de Adriane, e é por isso que a capital precisa de uma nova liderança.

A disputa com a máquina administrativa - Rose enfrenta um desafio clássico nas eleições: a força da máquina pública. Como atual prefeita, Adriane tem a estrutura administrativa ao seu lado, o que sempre dá uma vantagem para quem está no cargo. Mas Rose não se deixa intimidar por isso. Ela aposta no cansaço dos eleitores com a gestão atual e na ideia de que, mesmo com menos recursos de campanha, o apoio popular pode ser decisivo. "Quem decide a eleição é o eleitor, e eu tenho certeza de que ele vai compreender que nós somos o melhor projeto para essa cidade", afirmou com confiança.

Essa visão de mudança que Rose promove também se alimenta de uma crítica constante à forma como sua campanha foi tratada nas redes sociais. Durante a votação do primeiro turno, ela mencionou que circulou um vídeo de quase 13 minutos com informações falsas sobre sua candidatura. "É muito difícil lutar contra tudo isso", disse, destacando a importância de uma imprensa que esclareça os fatos de maneira precisa.

Estratégia para o segundo turno - Agora, com o segundo turno em vista, Rose Modesto e sua equipe estão focados em conquistar os eleitores que não votaram em Adriane nem nela no primeiro turno. Esses votos "flutuantes" serão essenciais para qualquer virada. A estratégia é simples: conversar diretamente com esses eleitores, mostrando suas propostas e, claro, tentando desviar o foco da vantagem da adversária. "Vamos de forma muito humilde procurá-los, mostrar nosso plano de governo, nossas ideias", explicou.

Na prática, isso significa que sua campanha deve intensificar o contato com os eleitores insatisfeitos com a administração atual. A ideia de Rose é que o eleitorado de Campo Grande já conhece a gestão de Adriane e, talvez, esteja pronto para apostar em algo novo.

A narrativa da mudança - A força da narrativa de Rose Modesto está na promessa de mudança. Mesmo tendo uma longa trajetória na política — foi vice-governadora e deputada federal —, ela se apresenta como a alternativa à continuidade que Adriane representa. A campanha agora será uma corrida contra o tempo, com as duas candidatas tentando ampliar suas bases de apoio.

Rose acredita que, ao apostar na insatisfação com a atual gestão, pode atrair aqueles que querem ver a cidade sendo conduzida de maneira diferente. O segundo turno, que acontecerá em 27 de outubro, será marcado por essa disputa entre quem quer continuar o que já foi feito e quem está disposto a mudar o rumo da cidade.