Era para ser uma viagem tranquila de volta ao Brasil. Depois de dois dias de agenda oficial na Cidade do México, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a primeira-dama Janja, a ministra das Mulheres Cida Gonçalves, a senadora Soraya Thronicke e outros 16 membros da comitiva estavam a bordo do avião presidencial. A missão: voltar para casa após a posse da nova presidente do México, Claudia Sheinbaum, e algumas conversas diplomáticas de praxe. Mas o avião não colaborou.

Pouco depois da decolagem, ainda sobrevoando a capital mexicana, um problema técnico obrigou a aeronave a mudar de planos. A Força Aérea Brasileira (FAB) não divulgou muitos detalhes sobre o que aconteceu — algo que sempre aumenta a curiosidade e o suspense. O comunicado oficial mencionou "procedimentos de segurança" e a necessidade de "gastar combustível". Parece irônico, mas em aviação, a segurança muitas vezes significa ficar dando voltas no céu até que o avião possa pousar com menos peso.

A imagem de Lula e sua comitiva voando em círculos sobre o México pode ter gerado algumas piadas internas. O que fazer enquanto o combustível é queimado? Esperar. Enquanto isso, a tripulação seguia o protocolo com a precisão que só pilotos militares sabem ter. A aeronave não caiu, nem chegou perto disso, mas o problema técnico virou notícia. Afinal, quando o presidente está a bordo, qualquer contratempo vira assunto de interesse nacional.

Pilotos voam em círculos para gastar combustível antes que a aeronave retorne ao aeroporto da Cidade do México

O tempo voa, mas não o avião - A operação é complexa. Os pilotos precisam calcular o quanto de combustível ainda resta e quanto tempo devem permanecer no ar antes de retornar ao solo. Tudo isso porque aterrissar com os tanques cheios em um avião do porte da aeronave presidencial é arriscado. Assim, em uma manobra rotineira, o avião fica fazendo seu percurso circular no céu, enquanto as autoridades lá dentro aguardam pacientemente que a questão técnica seja resolvida.

O problema técnico foi superado, mas, por segurança, o retorno ao Brasil só será feito em outra aeronave. Uma troca de avião, algo tão burocrático quanto soa, vai permitir que Lula e sua equipe finalmente sigam viagem. Até lá, restou a espera. Na política, a paciência é uma habilidade essencial, mesmo quando se está voando em círculos.

Do ar ao solo - No fim das contas, o incidente foi resolvido sem grandes complicações, ao menos para quem está de fora. Os passageiros da comitiva, com toda certeza, terão suas próprias histórias para contar, como é de costume quando algo inesperado acontece no alto. A posse da nova presidente do México foi concluída, e a diplomacia entre os dois países seguiu seu curso.

Ainda assim, a volta para Brasília precisará de mais algumas horas e, talvez, de algumas doses de paciência extras. O importante é que, por ora, o avião está no chão — ou pelo menos se encaminhando para pousar de volta em solo mexicano, para depois fazer a troca de aeronave. A vida política também é feita dessas pequenas surpresas, quando mesmo o ar parece se recusar a cooperar.