Ricardo Eugenio | 19 de setembro de 2024 - 07h52

A corrida pela Prefeitura de Campo Grande se acirra com empate entre Beto Pereira e Rose Modesto

Beto Pereira cresce nas pesquisas e empata com Rose Modesto na disputa pela Prefeitura de Campo Grande.

ELEIÇÕES 2024
Rose e Beto uma foto cordial antes do inevitável embate nas urnas de Campo Grande. - (Foto: Arquivo)

A disputa pela Prefeitura de Campo Grande, que até pouco tempo parecia ter uma liderança consolidada, ganhou novos contornos com a mais recente pesquisa de intenção de voto, conduzida pelo Instituto Novo Ibrape. O levantamento revela que Beto Pereira (PSDB) está crescendo rapidamente nas preferências do eleitorado, alcançando Rose Modesto (União Brasil) e configurando um empate técnico. Os números sugerem que o cenário político local está longe de estar definido, com vários elementos em jogo, como a queda de Rose, o avanço de Adriane Lopes (PP) e a persistência de uma parcela significativa de indecisos.

A pesquisa, registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número MS-08951/2024, foi realizada entre os dias 13 e 18 de setembro, com 1000 eleitores entrevistados. A margem de erro é de 3,1% para mais ou para menos e o intervalo de confiança, de 95%.

Na pesquisa estimulada, em que os eleitores são apresentados a uma lista de candidatos, Rose Modesto aparece com 25,4% das intenções de voto, enquanto Beto Pereira surge com 25,1%, tecnicamente empatado. A atual prefeita, Adriane Lopes, figura em terceiro lugar, com 16,8%, seguida por Camila Jara (PT), com 8,9%. Mais atrás, aparecem Beto Figueiró (Novo), com 2,1%, Ubirajara Martins (DC), com 0,5%, Luso Queiroz (PSOL), com 0,3%, e Jorge Batista (PCO), com 0,1%. Esses números mostram uma disputa concentrada entre os três primeiros colocados, com os demais candidatos distantes da liderança.

A pesquisa, encomendada pelo Campo Grande News, aponta também que 15,3% dos eleitores ainda não sabem em quem votar, enquanto 5,5% declararam que votariam em branco ou anulariam o voto. Isso significa que quase um quinto do eleitorado está indefinido ou alheio ao processo eleitoral, o que pode ter um impacto significativo na reta final da campanha.


 

Intenção de voto estimulada: Rose Modesto e Beto Pereira colados nas preferências eleitorais, enquanto indecisos ainda formam uma fatia significativa do eleitorado.

O impacto dos indecisos - O comportamento dos eleitores indecisos será crucial para definir o resultado da eleição. Se por um lado, o cenário já parece polarizado entre Rose e Beto, por outro, esses eleitores podem pender para qualquer um dos lados ou até mesmo fortalecer candidaturas que, por ora, parecem fora do páreo. É o que acontece, por exemplo, com a própria Adriane Lopes, que, mesmo estando em terceiro lugar, apresenta um crescimento constante nas últimas pesquisas.


Intenção de voto espontânea: Indecisão predomina: 41,4% ainda não sabem em quem votar, e o restante do eleitorado oscila entre Rose e Beto.

Quando se observam os números da pesquisa espontânea, onde os eleitores citam os candidatos sem que uma lista lhes seja apresentada, o panorama é semelhante. Rose Modesto lidera com 19,1%, seguida de perto por Beto Pereira, com 19%, o que reforça o empate técnico. Adriane Lopes aparece em terceiro com 13%, e Camila Jara com 6,8%. Nessa modalidade, o número de indecisos é ainda maior: 41,4% dos entrevistados não sabem ou não responderam em quem pretendem votar. Esse contingente expressivo de indecisos, somado aos que optam por não votar em ninguém, adiciona uma camada de incerteza à eleição.

O crescimento de Beto Pereira - Até algumas semanas atrás, Rose Modesto parecia confortável na liderança. Em agosto, ela registrava 27,8% das intenções de voto, mas, desde então, viu esse número cair gradualmente, primeiro para 27,2% em setembro e agora para os atuais 25,4%. Beto Pereira, por outro lado, experimentou o caminho inverso: saiu de 20,2% em agosto para 22,6% na primeira semana de setembro, chegando a 25,1% agora.

Esse crescimento de Beto é um dos fenômenos mais notáveis da campanha até aqui. Em menos de um mês, o candidato do PSDB conseguiu reduzir a diferença para Rose, colocando-se de vez como uma alternativa competitiva. Sua baixa rejeição – apenas 12,9%, a menor entre os principais candidatos – também ajuda a explicar seu avanço, já que é visto como uma opção menos polarizadora em um cenário de disputa acirrada.


Estimulação comparativa: A dança das preferências: a queda gradual de Rose, o crescimento estável de Beto Pereira e Adriane Lopes em terceiro, tentando ganhar espaço.

A situação de Rose Modesto - Rose Modesto ainda lidera, mas o sinal de alerta está aceso em sua campanha. Sua taxa de rejeição é relativamente alta, 14,9%, o que pode indicar dificuldades para atrair novos eleitores à medida que a disputa avança. Para piorar, o crescimento de Beto Pereira acontece em um momento delicado, quando o eleitorado começa a definir suas escolhas com mais firmeza.

Adriane Lopes, a prefeita em exercício, também tem ganhado espaço. Sua base de apoio cresceu de 14,1% em agosto para 16,8% agora. No entanto, o fardo de estar no poder também pesa: 12% dos eleitores consideram sua administração "ruim", enquanto 16,1% classificam sua gestão como "péssima". Apenas 6,4% avaliam seu governo como "ótimo", o que pode limitar seu crescimento nas próximas semanas, apesar de ainda ser uma candidata viável.

Outros concorrentes na corrida - Enquanto os três primeiros colocados disputam de forma mais apertada, outros candidatos tentam marcar presença no cenário eleitoral. Camila Jara, do PT, tem mantido um crescimento modesto, subindo de 7,9% em agosto para 8,9% no levantamento mais recente. Beto Figueiró, do partido Novo, também apresentou uma leve melhora, indo de 1,9% para 2,1%. Os demais candidatos, como Ubirajara Martins (DC), Luso Queiroz (PSOL) e Jorge Batista (PCO), permanecem com percentuais próximos a zero.

Vale destacar que, mesmo com poucos votos, essas candidaturas desempenham um papel importante ao fragmentar o eleitorado. Eles acabam atraindo nichos específicos e, ao fazerem isso, reduzem o espaço para os principais nomes em certas áreas, como no caso de Camila Jara, que disputa votos da esquerda.

A rejeição como fator decisivo - Outro ponto importante da pesquisa é a rejeição dos candidatos, ou seja, o percentual de eleitores que afirmam não votar de jeito nenhum em determinado nome. Camila Jara lidera esse ranking com 18,7% de rejeição, o que pode ser um obstáculo para sua ascensão. Rose Modesto e Adriane Lopes também enfrentam taxas relativamente altas, com 14,9% e 14,5%, respectivamente.


Índice de rejeição: Camila Jara carrega a maior rejeição, enquanto Beto Pereira tenta se destacar entre os menos rejeitados no cenário competitivo.

Já Beto Pereira, com 12,9% de rejeição, pode encontrar aí uma vantagem significativa, pois sua imagem não parece tão marcada por sentimentos negativos quanto a de suas principais concorrentes. Esse fator pode ser decisivo para converter eleitores indecisos, especialmente em um cenário tão volátil.

O desempenho da gestão de Adriane Lopes - A atual prefeita, Adriane Lopes, além de candidata, tem sua gestão sob avaliação constante. A pesquisa mostra que apenas 6,4% dos eleitores consideram sua administração "ótima", e 26,7% a classificam como "boa". A maior parte, 24,4%, avalia sua gestão como "regular positiva", enquanto 14,4% a veem como "regular negativa". Para 12% dos eleitores, o governo de Adriane é "ruim", e 16,1% o consideram "péssimo".


Avaliação de gestão: Adriane Lopes enfrenta avaliações mistas: apenas 6,4% consideram sua gestão 'ótima', enquanto 16,1% a classificam como 'péssima'.

Esses números indicam uma avaliação dividida da gestão atual, o que pode complicar ainda mais sua tentativa de reeleição. Com uma aprovação relativamente baixa e uma taxa de rejeição que está longe de ser desprezível, Adriane precisará de uma estratégia eficaz para se manter relevante na disputa.

Com um cenário cada vez mais apertado, a eleição para a Prefeitura de Campo Grande se mostra imprevisível. O crescimento de Beto Pereira, somado à queda de Rose Modesto e ao avanço de Adriane Lopes, desenha uma disputa que poderá ser decidida pelos indecisos e pela rejeição dos candidatos. Até o dia das urnas, muita coisa pode mudar.