A corrida pela Prefeitura de Campo Grande se acirra com empate entre Beto Pereira e Rose Modesto
Beto Pereira cresce nas pesquisas e empata com Rose Modesto na disputa pela Prefeitura de Campo Grande.
ELEIÇÕES 2024A disputa pela Prefeitura de Campo Grande, que até pouco tempo parecia ter uma liderança consolidada, ganhou novos contornos com a mais recente pesquisa de intenção de voto, conduzida pelo Instituto Novo Ibrape. O levantamento revela que Beto Pereira (PSDB) está crescendo rapidamente nas preferências do eleitorado, alcançando Rose Modesto (União Brasil) e configurando um empate técnico. Os números sugerem que o cenário político local está longe de estar definido, com vários elementos em jogo, como a queda de Rose, o avanço de Adriane Lopes (PP) e a persistência de uma parcela significativa de indecisos.
A pesquisa, registrada no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) sob o número MS-08951/2024, foi realizada entre os dias 13 e 18 de setembro, com 1000 eleitores entrevistados. A margem de erro é de 3,1% para mais ou para menos e o intervalo de confiança, de 95%.
Na pesquisa estimulada, em que os eleitores são apresentados a uma lista de candidatos, Rose Modesto aparece com 25,4% das intenções de voto, enquanto Beto Pereira surge com 25,1%, tecnicamente empatado. A atual prefeita, Adriane Lopes, figura em terceiro lugar, com 16,8%, seguida por Camila Jara (PT), com 8,9%. Mais atrás, aparecem Beto Figueiró (Novo), com 2,1%, Ubirajara Martins (DC), com 0,5%, Luso Queiroz (PSOL), com 0,3%, e Jorge Batista (PCO), com 0,1%. Esses números mostram uma disputa concentrada entre os três primeiros colocados, com os demais candidatos distantes da liderança.
A pesquisa, encomendada pelo Campo Grande News, aponta também que 15,3% dos eleitores ainda não sabem em quem votar, enquanto 5,5% declararam que votariam em branco ou anulariam o voto. Isso significa que quase um quinto do eleitorado está indefinido ou alheio ao processo eleitoral, o que pode ter um impacto significativo na reta final da campanha.
Intenção de voto estimulada: Rose Modesto e Beto Pereira colados nas preferências eleitorais, enquanto indecisos ainda formam uma fatia significativa do eleitorado.
O impacto dos indecisos - O comportamento dos eleitores indecisos será crucial para definir o resultado da eleição. Se por um lado, o cenário já parece polarizado entre Rose e Beto, por outro, esses eleitores podem pender para qualquer um dos lados ou até mesmo fortalecer candidaturas que, por ora, parecem fora do páreo. É o que acontece, por exemplo, com a própria Adriane Lopes, que, mesmo estando em terceiro lugar, apresenta um crescimento constante nas últimas pesquisas.
Intenção de voto espontânea: Indecisão predomina: 41,4% ainda não sabem em quem votar, e o restante do eleitorado oscila entre Rose e Beto.
Quando se observam os números da pesquisa espontânea, onde os eleitores citam os candidatos sem que uma lista lhes seja apresentada, o panorama é semelhante. Rose Modesto lidera com 19,1%, seguida de perto por Beto Pereira, com 19%, o que reforça o empate técnico. Adriane Lopes aparece em terceiro com 13%, e Camila Jara com 6,8%. Nessa modalidade, o número de indecisos é ainda maior: 41,4% dos entrevistados não sabem ou não responderam em quem pretendem votar. Esse contingente expressivo de indecisos, somado aos que optam por não votar em ninguém, adiciona uma camada de incerteza à eleição.
O crescimento de Beto Pereira - Até algumas semanas atrás, Rose Modesto parecia confortável na liderança. Em agosto, ela registrava 27,8% das intenções de voto, mas, desde então, viu esse número cair gradualmente, primeiro para 27,2% em setembro e agora para os atuais 25,4%. Beto Pereira, por outro lado, experimentou o caminho inverso: saiu de 20,2% em agosto para 22,6% na primeira semana de setembro, chegando a 25,1% agora.
Esse crescimento de Beto é um dos fenômenos mais notáveis da campanha até aqui. Em menos de um mês, o candidato do PSDB conseguiu reduzir a diferença para Rose, colocando-se de vez como uma alternativa competitiva. Sua baixa rejeição – apenas 12,9%, a menor entre os principais candidatos – também ajuda a explicar seu avanço, já que é visto como uma opção menos polarizadora em um cenário de disputa acirrada.
Estimulação comparativa: A dança das preferências: a queda gradual de Rose, o crescimento estável de Beto Pereira e Adriane Lopes em terceiro, tentando ganhar espaço.
A situação de Rose Modesto - Rose Modesto ainda lidera, mas o sinal de alerta está aceso em sua campanha. Sua taxa de rejeição é relativamente alta, 14,9%, o que pode indicar dificuldades para atrair novos eleitores à medida que a disputa avança. Para piorar, o crescimento de Beto Pereira acontece em um momento delicado, quando o eleitorado começa a definir suas escolhas com mais firmeza.
Adriane Lopes, a prefeita em exercício, também tem ganhado espaço. Sua base de apoio cresceu de 14,1% em agosto para 16,8% agora. No entanto, o fardo de estar no poder também pesa: 12% dos eleitores consideram sua administração "ruim", enquanto 16,1% classificam sua gestão como "péssima". Apenas 6,4% avaliam seu governo como "ótimo", o que pode limitar seu crescimento nas próximas semanas, apesar de ainda ser uma candidata viável.
Outros concorrentes na corrida - Enquanto os três primeiros colocados disputam de forma mais apertada, outros candidatos tentam marcar presença no cenário eleitoral. Camila Jara, do PT, tem mantido um crescimento modesto, subindo de 7,9% em agosto para 8,9% no levantamento mais recente. Beto Figueiró, do partido Novo, também apresentou uma leve melhora, indo de 1,9% para 2,1%. Os demais candidatos, como Ubirajara Martins (DC), Luso Queiroz (PSOL) e Jorge Batista (PCO), permanecem com percentuais próximos a zero.
Vale destacar que, mesmo com poucos votos, essas candidaturas desempenham um papel importante ao fragmentar o eleitorado. Eles acabam atraindo nichos específicos e, ao fazerem isso, reduzem o espaço para os principais nomes em certas áreas, como no caso de Camila Jara, que disputa votos da esquerda.
A rejeição como fator decisivo - Outro ponto importante da pesquisa é a rejeição dos candidatos, ou seja, o percentual de eleitores que afirmam não votar de jeito nenhum em determinado nome. Camila Jara lidera esse ranking com 18,7% de rejeição, o que pode ser um obstáculo para sua ascensão. Rose Modesto e Adriane Lopes também enfrentam taxas relativamente altas, com 14,9% e 14,5%, respectivamente.
Índice de rejeição: Camila Jara carrega a maior rejeição, enquanto Beto Pereira tenta se destacar entre os menos rejeitados no cenário competitivo.
Já Beto Pereira, com 12,9% de rejeição, pode encontrar aí uma vantagem significativa, pois sua imagem não parece tão marcada por sentimentos negativos quanto a de suas principais concorrentes. Esse fator pode ser decisivo para converter eleitores indecisos, especialmente em um cenário tão volátil.
O desempenho da gestão de Adriane Lopes - A atual prefeita, Adriane Lopes, além de candidata, tem sua gestão sob avaliação constante. A pesquisa mostra que apenas 6,4% dos eleitores consideram sua administração "ótima", e 26,7% a classificam como "boa". A maior parte, 24,4%, avalia sua gestão como "regular positiva", enquanto 14,4% a veem como "regular negativa". Para 12% dos eleitores, o governo de Adriane é "ruim", e 16,1% o consideram "péssimo".
Avaliação de gestão: Adriane Lopes enfrenta avaliações mistas: apenas 6,4% consideram sua gestão 'ótima', enquanto 16,1% a classificam como 'péssima'.
Esses números indicam uma avaliação dividida da gestão atual, o que pode complicar ainda mais sua tentativa de reeleição. Com uma aprovação relativamente baixa e uma taxa de rejeição que está longe de ser desprezível, Adriane precisará de uma estratégia eficaz para se manter relevante na disputa.
Com um cenário cada vez mais apertado, a eleição para a Prefeitura de Campo Grande se mostra imprevisível. O crescimento de Beto Pereira, somado à queda de Rose Modesto e ao avanço de Adriane Lopes, desenha uma disputa que poderá ser decidida pelos indecisos e pela rejeição dos candidatos. Até o dia das urnas, muita coisa pode mudar.