Uma pesquisa divulgada nesta terça-feira (17) pela Quaest trouxe uma surpresa para a disputa pela prefeitura de Campo Grande: Rose Modesto (União Brasil) e Beto Pereira (PSDB) estão tecnicamente empatados. Rose, com 31% das intenções de voto, viu sua vantagem diminuir consideravelmente desde a última pesquisa, enquanto Beto, agora com 25%, deu um salto de 10 pontos em relação ao levantamento anterior. Com uma margem de erro de 3 pontos percentuais, o cenário é de absoluta incerteza.

A pesquisa Quaest, contratada pela TV Morena, foi realizada entre os dias 14 e 16 de setembro e ouviu 852 eleitores com 16 anos ou mais na capital sul-mato-grossense. O levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o número MS-08123/2024, e tem um nível de confiança de 95%.

O avanço de Beto e a queda de Rose - Na pesquisa de agosto, Rose Modesto aparecia com uma vantagem confortável de 18 pontos sobre Beto Pereira. Ela tinha 33% das intenções de voto, enquanto ele patinava nos 15%. Agora, a liderança de Rose parece estar em risco. Ela perdeu 2 pontos, enquanto Beto saltou para 25%, encurtando a diferença entre eles para apenas 6 pontos — o suficiente para configurarem um empate técnico.

Essa reviravolta pode ser explicada pelo aumento da presença de Beto Pereira nos bairros mais afastados de Campo Grande. Ele intensificou visitas a comunidades que antes não frequentava com tanta assiduidade e ajustou seu discurso para abordar questões mais locais, que impactam diretamente o dia a dia dos eleitores. A estratégia tem funcionado.

Rose, por outro lado, é uma figura já bem conhecida na política de Mato Grosso do Sul. Ex-vice-governadora e deputada federal, sua campanha se apoia em uma base sólida e em uma imagem de gestora experiente. Mas, aparentemente, isso não impediu que sua vantagem fosse erodida nas últimas semanas. O crescimento de Beto Pereira parece ter sido suficiente para equilibrar o jogo.

O que dizem os indecisos? Apesar do crescimento de Beto e da ainda predominante liderança de Rose, um dado chama a atenção: 57% dos eleitores ainda não sabem em quem votar quando não recebem uma lista de nomes. Na chamada pesquisa espontânea — quando o eleitor fala o nome do candidato sem ser orientado — tanto Rose quanto Beto aparecem com 14%. Adriane Lopes (PP), que tem 16% na pesquisa estimulada, aparece com 9% na espontânea, enquanto Camila Jara (PT) e Beto Figueiró (Novo) têm desempenhos mais modestos, com 3% e 1%, respectivamente.

Essa massa de indecisos representa um terreno fértil para mudanças bruscas até o dia da eleição. Embora Rose tenha um eleitorado mais consolidado, a margem de manobra de Beto Pereira para crescer ainda mais é grande. Além disso, os próximos dias serão decisivos para que os demais candidatos tentem evitar a polarização entre os dois favoritos.

A firmeza do voto - Outro dado importante levantado pela pesquisa é a solidez das escolhas dos eleitores. Entre aqueles que declaram voto em Rose Modesto, 58% afirmam que sua decisão é definitiva, ou seja, não pretendem mudar de ideia até o dia da eleição. Entre os eleitores de Beto Pereira, o índice é de 51%. Já Adriane Lopes, com 16% das intenções de voto, apresenta 56% de seus eleitores convictos de que não mudarão de posição.

No entanto, o número de eleitores que ainda podem mudar de voto não é desprezível: 47% dos entrevistados afirmaram que podem reconsiderar sua escolha até o dia 6 de outubro, data do primeiro turno. Isso deixa a disputa totalmente aberta.