Para quem está acostumado a ouvir que a Justiça brasileira é lenta e cheia de entraves, a notícia que vem de Mato Grosso do Sul soa quase como uma exceção. Em menos de dois anos, o desembargador Dorival Renato Pavan, vice-presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), conseguiu reduzir em 24% o acervo de processos sob sua responsabilidade, algo notável em um sistema sempre desafiado pelo alto volume de demandas. O feito chamou a atenção e rendeu a ele uma moção de congratulação na Assembleia Legislativa do estado, proposta pelo deputado Zé Teixeira.

Desde que assumiu o posto de vice-presidente do TJMS, em fevereiro de 2023, Pavan tem liderado uma campanha silenciosa e eficiente para enfrentar o volume de processos no tribunal. Sua estratégia, apesar dos desafios, tem produzido resultados surpreendentes.

Um exemplo claro está nos números: em fevereiro de 2023, a vice-presidência do TJMS acumulava 11.557 processos. Em agosto de 2024, esse número caiu para 8.691. Isso representa 2.866 processos a menos em apenas 18 meses. Para os cidadãos que aguardam respostas judiciais, cada um desses números representa um alívio.

O deputado Zé Teixeira não deixou passar o impacto desse trabalho e destacou: "O magistrado empenhadamente buscou por respostas mais rápidas às demandas judiciais das decisões pendentes", em um elogio que reflete o compromisso de Pavan com a eficiência e o equilíbrio. Agilidade e respeito à lei caminham juntos na atuação do desembargador.

O deputado Zé Teixeira durante a sessão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, na qual apresentou a moção de congratulação ao desembargador Dorival Renato Pavan.

Uma carreira de paciência e consistência - A trajetória de Pavan não foi construída da noite para o dia. Com 64 anos e quase quatro décadas de experiência no Judiciário, ele começou sua carreira em 1985, como juiz substituto na cidade de Coxim, no interior de Mato Grosso do Sul. Desde então, ele passou por várias comarcas, sempre acumulando experiência e construindo uma reputação sólida. Em 2008, foi promovido a desembargador e, em 2023, assumiu o cargo de vice-presidente do TJMS.

Quando assumiu a vice-presidência, o cenário não era fácil: o acúmulo de processos era considerável. Mas Pavan não se intimidou. Em seu discurso de posse, ele declarou: "A Justiça precisa ser célere, mas sem perder o rigor formal e o respeito à lei". Agora, com a redução no acervo processual, ele começa a cumprir essa promessa.

Estratégia de pequenos passos, grandes resultados - O segredo para o sucesso de Pavan parece estar na combinação de paciência e estratégia. Ele priorizou processos mais antigos e estabeleceu rotinas eficientes para lidar com as decisões pendentes. Além disso, Pavan soube utilizar a tecnologia a seu favor. O TJMS, como muitos tribunais do país, tem investido em soluções digitais para otimizar o trabalho e reduzir a burocracia.

Mesmo com os avanços tecnológicos, a missão ainda está longe de ser concluída. O TJMS continua com quase 9 mil processos em aberto, o que ainda representa um desafio para o tribunal. Mas, com sua liderança e capacidade de gestão, Pavan já mostrou que é possível dar passos importantes para melhorar a celeridade judicial.

Uma mudança de cultura - O trabalho de Pavan não é isolado. Ele faz parte de um esforço coletivo dentro do TJMS, envolvendo outros magistrados e servidores. O deputado Zé Teixeira fez questão de destacar essa dimensão coletiva ao propor a moção de congratulação: "É necessário estender esta homenagem também aos demais desembargadores, juízes e todos os servidores da Justiça em Mato Grosso do Sul", afirmou o parlamentar.

O reconhecimento ao trabalho de Pavan na Assembleia Legislativa é um lembrete de que, mesmo que o avanço seja gradual, ele tem impacto real na vida das pessoas. Para os cidadãos que aguardam por uma decisão judicial, cada processo que avança representa a possibilidade de finalmente encerrar uma longa espera.