O Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande, se prepara para receber a 2ª Expoequestre, de 17 a 22 de setembro. Será uma semana de laços, saltos e competições equestres, com cavaleiros e amazonas disputando diversas modalidades esportivas, como laço comprido, três tambores, ranch sorting, hipismo, seis balizas e performance halter. A expectativa é de que cerca de mil participantes compareçam ao evento, que promete transformar o local em um verdadeiro festival de habilidade e tradição. Mas antes de pensar nas montarias, laços e aplausos, há algo muito importante a ser resolvido: a saúde dos cavalos.

Nesta quinta-feira, a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) publicou o Regulamento Técnico da 2ª Expoequestre. Trata-se de um conjunto de regras voltadas para garantir que tudo ocorra dentro das normas sanitárias exigidas. Afinal, reunir animais de diferentes criadores em um só lugar não é simples. Exige cuidado, documentação e uma certa dose de burocracia. Como se fosse uma alfândega para cavalos.

Cuidado com a saúde (equina) - O regulamento é claro: todos os animais que entrarem no recinto devem estar devidamente identificados e com os exames de anemia infecciosa equina (AIE) em dia, além do atestado de vacinação contra influenza equina. Para quem já se acostumou com os check-ins e protocolos de aeroportos, a lógica é semelhante – mas aqui, a diferença é que são os cavalos que precisam provar que estão em forma para competir.

Essa preocupação não é nova. A Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal) estabelece regras rígidas para eventos com aglomeração de animais, especialmente quando falamos de cavalos, que podem ser portadores de doenças silenciosas. O risco não é só para os animais em si, mas para toda a cadeia produtiva que envolve a criação de equinos. Um surto de anemia infecciosa, por exemplo, pode ter consequências devastadoras para os criadores.

Mas não é só de exames que o regulamento trata. Os cavalos também precisam portar a documentação fiscal e de trânsito, algo que garante que não estão circulando clandestinamente entre os eventos do país. No fundo, é uma operação minuciosa que acontece por trás do espetáculo de laços e saltos que o público verá na Expoequestre.

Cavalo em campo aberto: todos os animais que participam da 2ª Expoequestre deverão seguir rigorosos protocolos de sanidade, garantindo a saúde e segurança nas competições.

Esporte equestre, tradição e burocracia - A Expoequestre é muito mais do que um simples evento esportivo. Para muitos criadores e competidores, trata-se de uma chance de demonstrar suas habilidades e de ver seus cavalos brilharem sob os holofotes – ou, pelo menos, diante de um público que entende do assunto. São competições que exigem sincronia entre cavalo e cavaleiro, destreza, e, claro, um bom treinamento.

Enquanto o público assiste às provas de hipismo ou torce nas disputas de laço, o lado invisível do evento, o da documentação sanitária, garante que tudo ocorra em segurança. E, apesar de toda a pompa e tradição do esporte equestre, é esse conjunto de regras e exames que torna possível a realização de eventos como esse, onde a paixão pelos cavalos encontra o rigor da sanidade animal.

Documentos, laços e vacinas - Se para o público a entrada é gratuita, para os cavalos a história é outra. Sem os exames e documentos exigidos pela Acrissul, eles nem passam pelo portão. O regulamento completo já está disponível no site da associação, e a leitura é obrigatória para quem planeja competir ou simplesmente levar seus animais ao evento.

No fim das contas, a 2ª Expoequestre é uma mistura do tradicional com o tecnocrático. Por trás das provas equestres que tanto encantam os amantes do esporte, há um esforço imenso para garantir que tudo ocorra dentro dos padrões de segurança e saúde. Porque, por mais que o cavalo esteja pronto para saltar ou correr, sem os papéis em ordem, não há competição.