Censo Imobiliário de Campo Grande: o que dizem os números sobre a cidade e seus prédios
A Fiems sediou o evento de apresentação do primeiro Censo Imobiliário de Campo Grande, que trará dados cruciais para o planejamento do setor.
CENSO IMOBILIÁRIONesta sexta-feira (13/09), a Fiems, que representa as indústrias de Mato Grosso do Sul, foi o local escolhido para um evento que pode parecer meio técnico, mas que traz informações importantes para quem mora em Campo Grande. Estamos falando da apresentação do primeiro Censo Imobiliário da capital, um levantamento feito para entender como anda o mercado de imóveis na cidade. Organizado pelo Sinduscon/MS (Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso do Sul) e pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), o censo apresentou dados que vão muito além das paredes das construtoras: são informações que afetam desde o preço dos apartamentos que vemos à venda até as obras que surgem pelas ruas.
Mas, afinal, o que significa ter um censo imobiliário? Pense nele como uma radiografia da cidade, só que, em vez de mostrar ossos, mostra prédios e terrenos. Com esses dados, dá para entender onde as construções estão crescendo, onde os apartamentos e casas estão vendendo mais, e até onde estão parados esperando por um comprador. É uma ferramenta para que os empresários do setor possam decidir, com mais segurança, onde investir e que tipo de imóvel construir. Como explicou Alonso Resende do Nascimento, presidente do Sinduscon/MS: "Queremos trazer para as empresas uma ferramenta para ajudar na tomada de decisões futuras. Diante do cenário econômico, dados e elementos podem auxiliar na decisão do empresário". Ou seja, menos achismo e mais números para guiar as escolhas.
Participantes acompanham a apresentação dos dados do primeiro Censo Imobiliário de Campo Grande, com foco no panorama econômico e no mercado imobiliário, durante evento realizado na sede da Fiems.
O que os dados mostram? Os números apresentados cobrem o segundo trimestre de 2024, e incluem vários aspectos do mercado imobiliário de Campo Grande. Desde quantos imóveis foram lançados e vendidos até o estoque que as construtoras ainda têm nas mãos. Esse tipo de estudo é realizado em mais de 220 cidades do Brasil, e a novidade é que, agora, Campo Grande também tem o seu próprio levantamento.
Esses dados são importantes, principalmente para quem está envolvido na construção civil, mas eles também ajudam a entender como as coisas andam no cenário geral da economia. Kleber Luiz Recalde, vice-presidente do Sinduscon-MS, lembrou que o mercado imobiliário movimenta muitas outras indústrias. "Nosso segmento de construção requer fornecedores de diversos ramos. Envolve quase todos os setores da indústria de alguma forma", afirmou. Isso significa que, quando um prédio é construído, ele movimenta toda uma cadeia produtiva – desde quem fornece o cimento até as lojas que vendem móveis para os novos apartamentos.
Quem apresentou os números? Dois nomes são responsáveis pela organização e análise dos dados: Celso Petrucci, economista-chefe do Secovi-SP, uma entidade que representa as empresas de compra e venda de imóveis, e Marcos Kahtalian, da Brain Inteligência Estratégica, a empresa que fez o levantamento. Eles explicaram que o censo imobiliário ajuda a entender o que está acontecendo agora, mas também dá pistas sobre o futuro. Com os dados, é possível identificar tendências: o que está vendendo mais? Onde as pessoas estão comprando imóveis? Que tipo de imóvel é mais procurado?
Marcos Kahtalian foi direto ao ponto: "Os dados apresentados não só mostram como está o mercado atual, mas também indicam tendências que podem nortear os próximos passos das empresas que atuam na construção civil em Campo Grande". Isso é importante porque a cidade está em constante mudança. Novos bairros surgem, outros se valorizam, e as empresas precisam se adaptar para atender às demandas dos moradores.
O impacto disso tudo na cidade - Um dos temas centrais discutidos no evento foi como os empresários podem usar esses dados para planejar seus próximos passos. Isso inclui desde decidir em que bairros vale a pena construir até entender que tipo de imóvel (casa, apartamento, etc.) está mais em alta. Com essas informações, as empresas podem tomar decisões mais certeiras e evitar lançamentos que não tenham demanda.
Alonso Resende do Nascimento destacou como o censo imobiliário também ajuda os investidores e gestores públicos. "Sabemos que o setor imobiliário é sensível a mudanças econômicas, e quanto mais dados tivermos à disposição, melhores serão as decisões que tomaremos", disse ele. Isso significa que as informações levantadas não servem apenas para as construtoras, mas também podem orientar políticas públicas de habitação e planejamento urbano. Se o governo local souber onde há mais demanda por moradias, por exemplo, pode direcionar programas habitacionais para essas áreas.
O que o futuro reserva? Depois de dois anos complicados para a economia, incluindo a pandemia e a alta dos juros, o mercado imobiliário começa a dar sinais de recuperação. Para os próximos anos, a expectativa é que, com a retomada econômica, o setor volte a crescer. E o censo imobiliário chega justamente para oferecer uma base de dados que ajude a guiar esse crescimento de forma mais planejada.
Para os moradores de Campo Grande, isso pode significar algumas coisas práticas. Podemos ver mais lançamentos de novos prédios e casas em áreas onde há maior demanda. Quem está procurando um imóvel para comprar pode se beneficiar de uma oferta mais direcionada ao que o mercado está pedindo. Por outro lado, o censo também serve de alerta para as construtoras, que terão que ser mais estratégicas para evitar que novos empreendimentos fiquem encalhados.
No fim, o que ficou claro no evento é que o censo não é apenas um conjunto de números técnicos. Ele reflete o ritmo de vida da cidade, mostrando como as pessoas escolhem onde morar e como as empresas podem se planejar para atender a essas escolhas.