Enrico Feitosa | 08 de setembro de 2024 - 07h24

Mato Grosso do Sul no pódio: quando o esporte paralímpico faz história

Érika Zoaga e Paulo Henrique dos Reis conquistaram medalhas nas Paralimpíadas de Paris, mostrando superação e determinação.

PARALIMÍADAS
Atletas sul-mato-grossense conquistam medalha de prata e bronze em Paris

Na neblina parisiense deste sábado (07), dois atletas de Mato Grosso do Sul, quase invisíveis na grande mídia, subiram ao pódio das Paralimpíadas 2024. Érika Zoaga, 36 anos, judoca de Guia Lopes da Laguna, conquistou a medalha de prata no judô, categoria +70kg, classe J1. Paulo Henrique dos Reis, 28, de Dourados, levou o bronze no salto em distância, classe T13, com um salto de 7,20 metros, sua melhor marca pessoal.

O caminho silencioso de Érika até a prata - Nascida com glaucoma congênito, Érika descobriu o judô em 2006 e nunca mais largou o tatame. Em Paris, derrotou adversárias fortes até chegar à final contra a ucraniana Anastasilia Harnyk, número um do mundo. Apesar de perder, sua prata representa muito mais do que um segundo lugar: é o auge de uma carreira construída sem os holofotes que brilham em outros esportes.


Erika Zoaga conquista medalha de prata no judô

Paulo e seu salto para o bronze - Com uma visão comprometida desde os dois anos de idade por conta da retinose congênita, Paulo Henrique encontrou no salto em distância uma forma de ir além dos limites impostos pela deficiência. O bronze de Paris, além da satisfação pessoal, foi um salto sobre anos de desafios e pouca visibilidade.

Heróis fora dos holofotes - As conquistas de Érika e Paulo não ganharam manchetes, mas são vitórias gigantescas em um cenário de escasso apoio ao esporte paralímpico no Brasil. Em um país onde o futebol e alguns poucos ídolos monopolizam as atenções, eles seguem provando que o verdadeiro heroísmo está nos detalhes que ninguém vê.