Seca na Amazônia agrava incêndios no Pantanal, alerta coordenador do Prevfogo/MS
A seca na Amazônia está impactando diretamente o Pantanal de Mato Grosso do Sul, agravando os incêndios florestais. As condições climáticas extremas e a baixa umidade dificultam as operações de combate, segundo alerta do Governo de MS
MEIO AMBIENTEA seca severa na Amazônia está impactando diretamente o Pantanal de Mato Grosso do Sul, intensificando os desafios no combate aos incêndios florestais que atingem o bioma. A informação foi destacada nesta quinta-feira (5), durante a transmissão ao vivo do boletim semanal da Operação Pantanal 2024, realizada pelo Governo do Estado.
Segundo o coordenador do Prevfogo/MS, Márcio Yule, o desmatamento e as queimadas na Amazônia interferem no ciclo de chuvas que atinge o Pantanal, dificultando ainda mais as operações. “Parte das chuvas que chegam ao Mato Grosso do Sul se formam na floresta amazônica. Com a seca severa que atinge a região há quase um ano, a cobertura de água no Pantanal diminuiu, agravando os incêndios. A vegetação está seca, com altas temperaturas e baixa umidade do ar, o que complica as ações de combate ao fogo", explicou.
As condições climáticas desfavoráveis em Mato Grosso do Sul, com temperaturas altas e umidade relativa do ar muito baixa, têm favorecido a propagação dos incêndios florestais. A meteorologista e coordenadora do Cemtec, Valesca Fernandes, alertou para os próximos dias: “De sábado (7) até quarta-feira (12), as temperaturas devem variar entre 38°C e 43°C, com umidade do ar entre 5% e 20%, condições que aumentam o risco extremo de incêndios florestais".
Esforços no combate e resgate de animais - O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul (CBMMS), com apoio de diversos órgãos, continua em atuação para conter os focos de incêndio, que atingem várias regiões do estado, como São Gabriel do Oeste, Naviraí, Corumbá, Miranda e Porto Murtinho. Além do combate ao fogo, as equipes também atuam no resgate de animais. Segundo a tenente-coronel Tatiane Inoue, diretora de Proteção Ambiental do CBMMS, animais como tartarugas, aves e cervos pantaneiros estão sendo resgatados e encaminhados para centros de recuperação.
O representante do Ibama ressaltou que, além dos recursos já empregados pelo estado e pela União, é fundamental a conscientização da população para evitar o uso do fogo no período proibitivo, especialmente durante a estiagem. Mesmo com a chegada de uma frente fria nesta quinta-feira (5), a previsão é de que a seca continue a predominar nas próximas semanas.
“Esse ano, e infelizmente nos anos vindouros, só recurso não vai resolver o problema de incêndio florestal. O manejo integrado do fogo e queima prescrita tem que envolver a todos para conscientizar as pessoas de não ascender e não colocar fogo no período da proibição. Inclusive, que este ano o Governo do Estado antecipou para maio, e mesmo assim tivemos um mês de junho extremamente crítico. A régua de Ladário (que mede o nível do Rio Paraguai) assusta bastante, entrou em setembro em menos 20 (metros em relação à média histórica), nunca esteve tão seco, nunca começou a baixar tão antes”, disse Yule.