Incêndios no Pantanal de MS já atingem 1,7 milhão de hectares e mobilizam operações
Mato Grosso do Sul enfrenta uma das piores temporadas de incêndios no Pantanal, com 1,7 milhão de hectares queimados. A Operação Pantanal mobiliza forças para conter as chamas em várias áreas
MEIO AMBIENTEMato Grosso do Sul enfrenta uma das piores temporadas de incêndios florestais dos últimos anos, com 1.779.075 hectares de área queimada no Pantanal até o final de agosto de 2024. O dado, fornecido pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), representa um aumento de 148,7% em relação ao mesmo período de 2020, quando 715,4 mil hectares foram destruídos pelo fogo, que até então era considerado o pior cenário de queimadas na região.
Focos de incêndio no Estado - Atualmente, a situação é crítica em diversos pontos do Estado. No Parque Estadual das Nascentes do Taquari, em Costa Rica, o incêndio permanece ativo, e equipes de bombeiros militares continuam no local para conter as chamas. Na Ilha do Nabileque, em Corumbá, bombeiros militares e a Força Nacional estão realizando operações de combate ao fogo.
Em São Gabriel do Oeste, dois focos de incêndio foram identificados. No primeiro, localizado em uma pequena serra, o fogo foi controlado com o auxílio de maquinários agrícolas. Já no segundo foco, em uma área de morraria de difícil acesso, o combate está sendo feito de forma indireta, com monitoramento contínuo para evitar a propagação do incêndio.
Chapadão do Sul também enfrenta focos de incêndio em áreas ao redor da cidade. Uma guarnição foi deslocada para iniciar o combate direto ao fogo e conter os focos ativos. Na Serra do Amolar, em Corumbá, ações intensivas de combate estão em andamento para proteger uma das áreas mais ricas em biodiversidade do Pantanal.
Operação Pantanal - A Operação Pantanal conta com 121 bombeiros militares de Mato Grosso do Sul, além de apoio de agentes da Força Nacional, Marinha do Brasil, Exército, Força Aérea e policiais federal e militar do estado. Também participam agentes do IBAMA, ICMBio e brigadistas do PrevFogo. No total, a operação dispõe de 43 veículos, incluindo aeronaves, caminhões, caminhonetes e embarcações, para ajudar no controle das chamas.
Condições climáticas agravam a situação - A previsão do tempo para os próximos dias não é favorável. O Pantanal sul-mato-grossense enfrenta uma severa estiagem, com temperaturas elevadas e baixa umidade relativa do ar, que chegou a 10% em algumas áreas do estado. Ventos com rajadas de até 37 km/h também dificultam o combate aos incêndios. As temperaturas na região alcançam máximas de 40°C, intensificando ainda mais o risco de novas queimadas.
Focos de calor em alta - O número de focos de calor, detectados via satélite, também apresenta um aumento significativo. Foram registrados 6.387 focos até o final de agosto, um crescimento de 43% em comparação ao mesmo período de 2020, quando houve 4.465 focos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).