Uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta quarta-feira (28) resultou na apreensão de um barco, 800 cabeças de gado, revólveres e diversos outros bens na cidade de Corumbá, Mato Grosso do Sul. A ação, batizada de Tractus, visava desarticular uma quadrilha que utilizava as áreas alagadiças e de difícil acesso do Pantanal para o tráfico de cocaína e de armas de uso restrito.

Segundo a PF, foram cumpridos dois mandados de prisão temporária e 11 de busca e apreensão em três cidades: Campo Grande, Corumbá e Anastácio. A investigação teve início em fevereiro do ano passado, após a apreensão de 163 kg de cocaína escondida no fundo falso de um caminhão na BR-262, em Água Clara, no mesmo estado. O motorista foi preso em flagrante, mas alegou desconhecer a existência da droga.

Complexidade - A operação envolveu cerca de 60 policiais federais, incluindo membros do Grupo de Pronta Intervenção (GPI) e uma aeronave do Comando de Aviação Operacional (CAOP). Durante os cumprimentos dos mandados, foram apreendidos quatro dos 25 veículos listados, além de armas, celulares, joias e uma quantia de R$ 900 mil em espécie. A PF também realizou o bloqueio de 13 contas bancárias e o sequestro de seis imóveis, incluindo duas fazendas.

Ao longo das investigações, a PF já havia confiscado cerca de uma tonelada de cocaína. O grupo criminoso, liderado por um homem já condenado por tráfico de drogas, operava o transporte de entorpecentes e armas em áreas de difícil acesso no Pantanal, tirando proveito das características geográficas da região para escapar da fiscalização.

Continuidade das investigações - A operação Tractus representa um golpe significativo no tráfico de drogas que ocorre nas regiões remotas do Pantanal, onde a vasta extensão de áreas alagadas facilita a atuação de redes criminosas. A apreensão de bens como gado e barcos demonstra a sofisticação da quadrilha, que utilizava esses recursos não apenas para facilitar suas atividades ilícitas, mas também para lavar dinheiro.

A Polícia Federal continua investigando os envolvidos na rede criminosa, cujos nomes não foram divulgados. As autoridades seguem analisando os documentos e bens apreendidos na operação, buscando aprofundar o alcance da investigação e identificar possíveis cúmplices.