Nasa Park: loteamento urbano, e não condomínio, onde moradores pagam R$ 436 para uso de lago
O Nasa Park é um loteamento urbano, e não um condomínio, o que significa que não há síndico ou taxas de condomínio, gerando confusões sobre direitos e responsabilidades.
NASA PARKNo loteamento urbano Nasa Park, que fica entre Campo Grande e Jaraguari (MS), os moradores pagam uma taxa de R$ 436 por mês para poderem usar o lago do empreendimento. Apesar de estar dentro do loteamento, o lago não pertence aos proprietarios dos lotes do Nasa Park e é administrado pela A&A Empreendimentos Imobiliários. Ao contrário do que muitos pensam, o Nasa Park não é um condomínio, mas sim um loteamento urbano e de lazer, o que significa que não há síndico ou taxa de condomínio.
Como funciona o pagamento pelo uso do lago? Os moradores que desejam utilizar o lago precisam primeiro comprar um termo de concessão, uma espécie de autorização para acesso, que, segundo relatos, já chegou a custar R$ 40 mil. Esse valor é pago uma única vez, mas o uso contínuo do lago requer o pagamento mensal de R$ 436, que, segundo a administração, é destinado à manutenção do espaço.
É importante destacar que a concessão não é transferível. Isso significa que, se um morador vender sua casa, o novo proprietário terá que adquirir novamente o direito de uso do lago, o que gera críticas entre os residentes sobre a necessidade e transparência dessas cobranças.
Loteamento urbano e não condomínio - Um ponto importante é que o Nasa Park é um loteamento de lazer e não um condomínio. Isso pode gerar confusão, já que os moradores não têm as mesmas responsabilidades e direitos comuns a um condomínio tradicional, como votações para decidir questões internas ou a presença de um síndico. “Aqui, cada um é dono do seu próprio terreno, e a gestão do lago é totalmente feita pela A&A Empreendimentos”, esclareceu uma moradora.
Rompimento da barragem e consequências - Na última terça-feira (20), a barragem do lago cedeu, causando uma enxurrada de lama que afetou tanto o loteamento quanto áreas ao redor. A BR-163, uma rodovia vital para o estado, ficou bloqueada por quatro horas após ser atingida pelas águas. Além disso, pequenos produtores rurais que vivem nas proximidades tiveram suas casas invadidas pela lama, resultando em perdas significativas de móveis e até animais. Apesar dos danos materiais, não houve feridos.
A barragem do lago cedeu, causando uma enxurrada de lama.
O impacto foi sentido de maneira intensa, com moradores expressando preocupação com a segurança das estruturas do loteamento. Equipes de resgate foram acionadas para ajudar as famílias afetadas, e engenheiros estão trabalhando para determinar as causas do acidente e garantir que algo semelhante não aconteça novamente.
O que diz a administração do loteamento? Após o rompimento da barragem, a A&A Empreendimentos divulgou uma nota lamentando o ocorrido e assegurou que o empreendimento segue todas as normas e regulamentos vigentes. A empresa afirmou que o projeto do lago foi aprovado pelos órgãos ambientais e pelo Corpo de Bombeiros. Mesmo assim, o incidente gerou dúvidas sobre a segurança das estruturas e se as medidas de fiscalização são, de fato, suficientes.
Antes do acidente, o lago era um espaço de lazer valorizado, com águas limpas e peixes, mas agora foi transformado em um “mar de lama”, segundo moradores.
Enquanto investigações continuam, os moradores aguardam por respostas claras e por ações que reforcem a segurança do local.
Como era o lago antes do acidente? O lago era uma parte importante do lazer no Nasa Park. Antes do rompimento, ele era considerado um ambiente “vivo”, com peixes e águas limpas. “O lago tinha vida. Não tinha mau cheiro e haviam peixes. Agora, tudo virou um mar de lama”, lamentou uma moradora.