O governador de Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel, visitou nesta terça-feira (20) duas onças-pintadas que estão em tratamento no Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), em Campo Grande, depois de serem resgatadas com ferimentos causados pelos incêndios no Pantanal. Os animais, uma fêmea batizada de Miranda e um macho chamado Antã, sofreram graves queimaduras nas patas e estão sendo cuidados por uma equipe especializada. A previsão é que ambos possam voltar para a natureza em até 30 dias.

A situação dos incêndios e o impacto na fauna - Os incêndios no Pantanal voltaram a causar estragos na região, e entre os mais afetados estão os animais silvestres. Miranda foi resgatada no município de Miranda no dia 15 de agosto, após trabalhadores de uma fazenda notarem que ela estava mancando. Dois dias depois, Antã foi encontrado na região do Passo do Lontra, em estado ainda mais crítico, sem forças para reagir ao resgate. Agora, os dois felinos recebem tratamento no CRAS, onde são acompanhados por veterinários e especialistas.

O desafio da recuperação - As queimaduras nas patas das onças são muito sérias, principalmente porque esses animais dependem da mobilidade para caçar e se defender. Para acelerar a recuperação, a equipe do CRAS está utilizando pomadas especiais e até ozonioterapia, um tratamento que ajuda na regeneração da pele. Segundo a veterinária Jordana Toqueto, que coordena os cuidados, os dois animais já mostram sinais de melhora. “O macho estava com ferimentos tão graves que os ossos ficaram expostos, mas ele já está reagindo bem ao tratamento”, explica.

Eduardo Riedel, que é biólogo de formação, destacou o trabalho da equipe: “Esse é um esforço que exige não só conhecimento técnico, mas também muita dedicação e carinho. Esses profissionais estão fazendo um trabalho essencial para a preservação da nossa fauna”, disse o governador.

Alimentação e cuidados especiais - As onças estão sendo alimentadas com carne de boi e frango. Antã recebe entre 5 e 8 kg por dia, enquanto Miranda consome de 3 a 5 kg. A dieta será ajustada conforme eles vão se recuperando. “Na natureza, esses animais não se alimentam todos os dias, então estamos adaptando as refeições de acordo com a necessidade de cada um. Quando foram resgatados, ambos estavam muito debilitados e desidratados, mas já vemos uma boa evolução”, afirmou Jordana.

Além dos cuidados com a alimentação, a equipe do CRAS faz de tudo para garantir que os animais não tenham contato direto com humanos, evitando até que eles vejam pessoas. Isso é importante para que as onças mantenham seu comportamento natural e estejam prontas para voltar à vida selvagem.

Operação Pantanal: um esforço para salvar vidas - O resgate das onças foi coordenado pelo Grupo de Resgate Técnico Animal Cerrado Pantanal (Gretap), com apoio da Polícia Militar Ambiental e do Ibama. As ações fazem parte da Operação Pantanal 2024, que busca combater os incêndios e proteger os animais da região. Segundo Riedel, a operação mostra a importância de unir esforços para preservar o meio ambiente.

Nos próximos dias, as onças continuarão em tratamento, e, se tudo correr bem, elas poderão ser reintroduzidas no Pantanal em breve.