Moraes agiu no cumprimento do dever e reportagem é 'tempestade fictícia', diz Barroso
O ministro afirmou que também é equivocada a percepção de que haveria iniciativa de ofício por parte de Moraes, independente de requisição do Ministério Público
POLÊMICA NO STFO ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu o colega Alexandre de Moraes na abertura da sessão plenária desta quarta-feira, 14. Ele disse que a repercussão da reportagem do jornal Folha de S. Paulo que revela uso do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para embasar decisões em inquéritos que tramitam no STF é uma "tempestade fictícia" e que a atuação do ministro se deu no "cumprimento do dever".
"Todas as informações requisitadas referiam-se a pessoas que já estavam sendo investigadas e, portanto, em inquérito que já estava aberto perante o Supremo. As informações eram voltadas à obtenção de dados diante da denúncia de reiteração das condutas de desinformação e de circulação de ataques à democracia e discursos de ódio. Em nenhuma hipótese houve fishing expedition dirigida a qualquer pessoas de maneira aleatória", afirmou Barroso.
O ministro afirmou que também é equivocada a percepção de que haveria iniciativa de ofício por parte de Moraes, independente de requisição do Ministério Público. "O TSE tem poder de polícia, poder de fiscalizar e reprimir condutas. O poder de polícia é exercido de ofício, independente de procuração". De acordo com Barroso, a Justiça Eleitoral tem o dever de atuar sempre que haja circulação de desinformação que possa afetar o pleito.
'Nada aqui é feito às sombras, na surdina' - O ministro Barroso disse que a Corte não tem "nada a esconder", mas que se preocupa com "interpretações equivocadas e narrativas" que procuram "descredibilizar" o Supremo.
"Nada é feito às sombras, na surdina, tudo é feito para cumprir a Constituição e as leis", afirmou. "Não temos lado, nosso lado é o Brasil, a democracia e a proteção de direitos fundamentais."