Gustavo Nicoletta | 05 de agosto de 2024 - 18h29

Ibovespa cai bem menos que pares em NY, com ajuda de ações do Bradesco

Em um dia de volatilidade, o Ibovespa caiu menos que seus pares em Nova York, impulsionado pelos resultados positivos do Bradesco.

RECESSÃO
A preocupação com a recessão nos EUA e os dados econômicos foram os principais fatores que influenciaram o mercado. - (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

Em meio à preocupação com uma possível recessão nos Estados Unidos, que afetou os mercados globais nesta segunda-feira, 5 de agosto, o Ibovespa registrou forte volatilidade, mas caiu menos que seus pares em Nova York. A ajuda veio das ações do Bradesco, que subiram significativamente após a divulgação de resultados positivos, particularmente na redução da inadimplência.

Desempenho do Ibovespa - O Ibovespa encerrou o dia com uma queda de 0,46%, aos 125.269,54 pontos. No pior momento do pregão, o índice chegou perto de perder os 123 mil pontos, retornando a níveis vistos pela última vez no final de junho. A diferença de pontos entre a mínima (123.073 pontos) e a máxima do pregão (125.850 pontos) foi de 2.777 pontos, a maior desde 12 de junho de 2024.

Impacto dos resultados do Bradesco - Os papéis do Bradesco se destacaram positivamente, com as ações ordinárias (ON) subindo 8,30% e as preferenciais (PN) 7,59%. Este desempenho contribuiu com 0,30 ponto percentual no Ibovespa. A melhora nos números do banco, especialmente na inadimplência, aproximou seus resultados dos de outras instituições rivais, o que foi bem recebido pelo mercado.

Preocupação com a economia dos EUA - O temor de uma recessão nos Estados Unidos aumentou na sexta-feira anterior, após a divulgação de dados do mercado de trabalho que mostraram a criação de menos vagas do que o esperado e um aumento no desemprego em julho. Este cenário elevou um índice usado para prever recessões a um nível preocupante, causando uma onda de aversão ao risco nas bolsas globais.

Análise do mercado - Rafael Germano, sócio e advisor da Blue3, destacou que o mercado começou o dia em um movimento de queda possivelmente excessivo, que foi corrigido ao longo do pregão. "Dados negativos nos Estados Unidos são esperados há algum tempo, porque se sabe que estamos em processo de corte de taxas de juros. Os dados chegaram, mas o mercado, exagerado como sempre, acabou levando isso bem a sério", afirmou. Germano acrescentou que ainda não está claro se os Estados Unidos realmente seguirão rumo a uma recessão econômica.

Dados econômicos dos EUA - O índice de gerentes de compras (PMI) do setor de serviços dos Estados Unidos, medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM), subiu de 48,8 em junho para 51,4 em julho, superando a previsão de 51 pontos dos analistas ouvidos pela FactSet. Este dado ajudou a mitigar parte das preocupações do mercado.

Outros destaques do Ibovespa - Além do Bradesco, ações de RaiaDrogasil (+5,88%) e Hypera (+2,83%) também contribuíram para amenizar a queda do Ibovespa. Na outra ponta, a Vale (-1,06%) exerceu a maior pressão negativa. A Petrobras, que chegou a ser destaque entre as baixas, conseguiu reduzir as perdas ao longo do dia, encerrando com queda de 0,83% (ON) e 0,08% (PN).