Militares trabalham para acabar com sete focos de incêndio ativos no Pantanal
Focos de calor ultrapassam 3.700 e área queimada já atinge 690 mil hectares em 2024
MEIO AMBIENTEDados divulgados nesta manhã (5) pelo Governo do Estado, mostram que ontem (4), no 125º dia de operações de combate aos incêndios no Pantanal sul-mato-grossense, as equipes estão enfrentando sete focos de incêndio ativos e monitoram duas áreas de alerta. A situação é crítica, com dificuldades de acessibilidade e condições climáticas adversas agravando os esforços.
Na região da Nhecolândia, próximo à Fazenda Tupaceretã e ao Porto do Ciríaco, o incêndio ameaça o Parque Estadual do Rio Negro e áreas ribeirinhas. As operações são prejudicadas pela propagação acelerada do fogo, exigindo lançamentos de água para contenção.
Guarnições extras foram deslocadas para a Fazenda Caiman, em Aquidauana, onde o avanço das chamas é acelerado pelas fortes rajadas de vento. Na Serra do Amolar, na divisa com a Bolívia, o incêndio continua de grande proporção, concentrando-se em áreas de difícil acesso.
Em Albuquerque, abaixo do Porto da Manga, as equipes priorizam a proteção das habitações, com a frente de fogo atingindo até as margens da BR-262. Na região de Rio Verde, próxima à Fazenda Rio Negro, os focos permanecem ativos, mas em menor intensidade.
Ontem, um novo foco foi identificado próximo ao município de Miranda, expandindo-se rapidamente até a BR-262. A região do Porto da Manga segue sob monitoramento contínuo.
Atualmente, 106 bombeiros do CBMMS estão em ação, com apoio de 34 integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, 20 militares da LIGABOM, equipes das Forças Armadas (Marinha, Exército e Força Aérea Brasileira), Polícia Militar de MS, e 233 agentes do IBAMA, ICMBio e brigadistas do PrevFogo. A frota disponível inclui 23 aeronaves, 7 caminhões, 6 embarcações e 44 caminhonetes equipadas para combate ao fogo.
As condições climáticas severas contribuem para o aumento do risco de incêndios. Neste domingo, a temperatura atingiu 36 °C, com rajadas de vento de até 51 km/h e umidade relativa do ar em apenas 20%, criando um ambiente propício para a propagação rápida das chamas.
Desde o início do ano, a área queimada no Pantanal de MS chega a 690 mil hectares, um aumento de 74,1% em relação a 2020, segundo o Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ. Os focos de calor detectados via satélite totalizam 3.783, um aumento de 26,2% em comparação a 2020, conforme dados do Inpe.