Dólar sobe com tensão na economia dos EUA e mercado atento à inflação e fiscal
Dólar sobe nesta segunda-feira, 5 de agosto de 2024, por tensões econômicas nos EUA e atenção do mercado à inflação e ao quadro fiscal brasileiro.
ECONOMIA DOS EUANesta segunda-feira, 5 de agosto de 2024, o dólar à vista registrou um aumento significativo, chegando a R$ 5,8656 (+2,74%) na máxima intradia, antes de desacelerar para cerca de R$ 5,76. Esse movimento reflete um ambiente de aversão ao risco, impulsionado por preocupações globais de recessão nos Estados Unidos e possíveis cortes agressivos de juros pelo Federal Reserve (Fed) e outros bancos centrais ao redor do mundo.
Fatores que influenciam o mercado cambial - O mercado de câmbio está sendo influenciado por diversos fatores, incluindo a expectativa pela publicação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom) amanhã e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho, que será divulgado na quinta-feira. O quadro fiscal do governo brasileiro também é um ponto de atenção para os investidores.
Relatório Focus e projeções de inflação - O boletim Focus, divulgado hoje, mostrou que a mediana para o IPCA de 2024 subiu de 4,10% para 4,12%, e para 2025, de 3,96% para 3,98%. A inflação acumulada em 12 meses até março de 2026 está prevista para ser de 3,77%, levemente acima da estimativa de 3,76% da semana anterior.
Déficit fiscal e metas do governo - A mediana do relatório Focus para o déficit primário de 2024 permaneceu em 0,70% do Produto Interno Bruto (PIB), distante da meta de déficit zero para este ano, que permite uma tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos. Mesmo com a contenção de R$ 15 bilhões em gastos, o governo espera um déficit primário de R$ 28,8 bilhões para 2024. Para 2025, a mediana do déficit primário também permaneceu em 0,70% do PIB, embora a meta seja novamente de déficit zero.
Projeções para o dólar - Para o dólar, a mediana das projeções no relatório Focus para o fim de 2024 manteve-se em R$ 5,30. Já para o fim de 2025, a mediana passou de R$ 5,25 para R$ 5,30.
Preços do petróleo e tensões geopolíticas - O preço do petróleo desacelerou suas perdas, registrando uma queda de pouco mais de 1%, comparado a -3% mais cedo, devido a preocupações com a demanda global. As tensões geopolíticas no Oriente Médio também continuam a ser um fator de preocupação. Israel se prepara para um possível ataque do Irã, com o ministro da Defesa israelense, Yoav Galant, afirmando que o país está pronto para se defender caso necessário.
Cotações atuais - Às 10h04, o dólar à vista subia 1,02%, cotado a R$ 5,7667. O dólar para setembro registrava alta de 0,70%, sendo negociado a R$ 5,7855.