A previsão para o déficit primário do Brasil em 2024 ficou estável em 0,70% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme o relatório Focus do Banco Central divulgado nesta segunda-feira. Essa expectativa permanece a mesma há seis semanas. Quando consideradas apenas as 12 estimativas mais recentes, a projeção caiu ligeiramente para 0,64% do PIB.

O que é o déficit primário e por que importa? - O déficit primário é a diferença entre as receitas e despesas do governo, sem contar o pagamento dos juros da dívida pública. Quando o governo gasta mais do que arrecada, temos um déficit. Manter essa diferença sob controle é importante para a saúde financeira do país, pois altos déficits podem levar a um aumento da dívida pública e, consequentemente, a mais gastos com juros no futuro.

Expectativas versus metas do governo - Apesar das previsões do mercado, o governo anunciou uma meta ambiciosa de déficit zero para 2024, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB para mais ou para menos. Isso significa que o governo pretende equilibrar suas contas, mas admite uma pequena variação. Mesmo com medidas de contenção de gastos, como o recente corte de R$ 15 bilhões, o governo espera um déficit primário de R$ 28,8 bilhões no próximo ano, o que corresponde exatamente ao limite inferior da meta.

Projeções para 2025 - Para 2025, a mediana do relatório Focus também prevê um déficit primário de 0,70% do PIB, sem alteração nas últimas semanas. No entanto, há um mês, essa projeção era um pouco menor, de 0,61%.

Déficit nominal e dívida pública - Além do déficit primário, o relatório Focus também estima o déficit nominal, que inclui todos os gastos do governo, inclusive os juros da dívida. A projeção para o déficit nominal em 2024 permaneceu em 7,30% do PIB, enquanto para 2025 a estimativa é de 6,50%, mesma previsão de um mês atrás.

A dívida líquida do setor público, que é a dívida total menos os ativos financeiros, está projetada para ser 63,70% do PIB em 2024, uma leve redução em comparação com 63,85% há um mês. Para 2025, a expectativa é de que a dívida atinja 66% do PIB.