Cícero Cotrim | 05 de agosto de 2024 - 08h59

Projeção para o IPCA de 2024 sobe de 4,10% para 4,12% no Focus do BC

A projeção para o IPCA de 2024 subiu de 4,10% para 4,12%, conforme relatório Focus do Banco Central, refletindo uma maior expectativa de inflação.

PROJEÇÕES ECONÔMICAS
A revisão para cima nas expectativas de inflação para 2024 e 2025, conforme o relatório Focus, destaca a necessidade de monitoramento contínuo das pressões inflacionárias e a importância das políticas econômicas para manter a estabilidade dos preços. - (Foto: Arquivo)

A mediana das projeções para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2024 subiu de 4,10% para 4,12%, conforme divulgado pelo relatório Focus do Banco Central nesta segunda-feira, 5. Essa elevação distancia ainda mais a expectativa do centro da meta de inflação, fixada em 3%. Há um mês, a projeção era de 4,02%.

Expectativas para 2025 e anos subsequentes - A estimativa intermediária para a inflação de 2025 também apresentou um leve aumento, passando de 3,96% para 3,98%, em comparação com 3,88% há um mês. Considerando apenas as 53 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a mediana do mercado para o IPCA de 2024 subiu de 4,08% para 4,19%. Para 2025, a projeção passou de 3,98% para 4%, levando em conta apenas essas recentes atualizações.

Projeções do Copom e metas de inflação - No comunicado da última quarta-feira, 31, o Comitê de Política Monetária (Copom) informou que considera o primeiro trimestre de 2026 como seu horizonte relevante para a política monetária. O colegiado espera que a inflação acumulada em 12 meses fique em 3,4% nesse período, no cenário de referência, ou em 3,2%, considerando a Selic estável em 10,5% até lá.

O Banco Central espera que o IPCA fique em 4,2% este ano e em 3,6% em 2025, conforme o cenário de referência. No cenário alternativo, a autoridade monetária calcula que a inflação seria de 4,2% em 2024 e de 3,4% no ano seguinte.

A partir de 2025, a meta de inflação no Brasil será contínua, apurada com base no IPCA acumulado em 12 meses. Se o índice ficar acima do teto ou abaixo do piso por seis meses consecutivos, será considerado que a meta foi perdida. A meta de inflação continua sendo de 3%, com uma tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Estabilidade nas previsões para 2026 e 2027 - Nos horizontes mais longos, a mediana do Focus para o IPCA de 2026 permaneceu em 3,60% pela nona semana consecutiva. A estimativa intermediária para 2027 se manteve em 3,50% pela 57ª semana seguida, indicando uma expectativa de estabilidade para a inflação a médio e longo prazo.

Implicações das projeções - O aumento nas projeções do IPCA para 2024 e 2025 reflete preocupações contínuas com as pressões inflacionárias no Brasil. Esses ajustes nas expectativas podem ser influenciados por diversos fatores, incluindo políticas fiscais e monetárias, variações cambiais, preços de commodities e condições econômicas globais.

A manutenção das projeções para os anos seguintes demonstra uma confiança de que as medidas de controle da inflação poderão surtir efeito a médio e longo prazo. A implementação da meta contínua de inflação a partir de 2025 visa proporcionar maior previsibilidade e estabilidade econômica.