Iury de Oliveira | 15 de julho de 2024 - 08h25

Forças Armadas intensificam combate ao fogo no Pantanal com base avançada para brigadistas

Lançamento aéreo de água já totaliza 336 mil litros

OPERAÇÃO PANTANAL
Forças Armadas montam base avançada no Pantanal - (Foto: Divulgação)

A falta de chuva há mais de três meses deixou a região Pantaneira vulnerável, sofrendo com queimadas desde o mês passado. Para evitar que o fogo avance e destrua o bioma, militares das Forças Armadas intensificaram as ações de combate aos incêndios florestais. Uma base avançada de apoio logístico foi montada pelo Exército Brasileiro na Estrada Transpantaneira, Rodovia MT-60, com a capacidade de acolher cerca de 100 brigadistas.

A Base, chamada de Jaguar, foi montada no dia 3 de julho, com o intuito de apoiar o fornecimento de alimentação, alojamento, saúde, transporte, e comando e controle para os militares do Corpo de Bombeiros Militares do Mato Grosso (CBM-MS), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além dos brigadistas das agências empregadas no combate aos focos de incêndios no Pantanal Mato-Grossense.

Em uma outra frente de ação, as Forças Armadas empregam estratégias tecnológicas para combater os incêndios com o lançamento aéreo de água. Já foram 336 mil litros de água lançados na região de Corumbá (RS). Para tanto, os militares da Força Aérea Brasileira (FAB) utilizam o KC-390 Millennium como avião tanque, por meio do “Sistema Modular Aerotransportável de Combate a Incêndios”, que pode descarregar até 12 mil litros de água por viagem. Há, ainda, o sistema utilizado pela Marinha do Brasil, chamado de “Bambi Bucket”. Trata-se de uma bolsa carregada por um helicóptero, na parte externa da aeronave, usada para coletar água de fontes como lagos ou rios e, depois, despejá-la nos locais de queimadas.

Lançamento aéreo de água pela FAB

O subcomandante da operação Pantanal, General de Brigada Ribeiro Cacho, explicou as estratégias adotadas de combate ao fogo no Pantanal. “Os próximos passos no trabalho são a instalação de antenas com maior capacidade de comunicação com as antenas do Censipam [Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia], órgão da Defesa; melhor estruturação da logística para posicionar um helicóptero na base, visando agilizar o deslocamento dos agentes a partir desta base; bem como a manutenção do apoio às agências a partir de suas demandas”.

Desde o início da operação Pantanal II, em 5 de junho, a Marinha, o Exército e a Aeronáutica apoiam as ações governamentais com o emprego de 457 militares, 8 aeronaves, 25 embarcações e 59 viaturas. Também foram disponibilizados rádios e rastreadores via satélite e antenas satelitais de internet. Até o momento, foram transportados 208 agentes e 5,4 toneladas de equipamentos de combate ao incêndio. As ações ocorrem nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em apoio ao Ibama e ao CBM-MS, além da Polícia Federal e a Secretaria de Infraestrutura do Estado do Mato Grosso, pelo período de mais três meses.

A portaria 3.179, assinada pelo ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, estabelece a ativação do Comando Operacional Conjunto Pantanal II, comandado pelo General do Exército Luiz Fernando Estorrilho Baganha. Desde 14 de junho, o MD integra a Comissão Interministerial Permanente de Prevenção e Controle do Desmatamento e Queimadas, presidida pela Casa Civil da Presidência da República e composta por 19 ministérios, com o objetivo de enfrentar a situação no Pantanal de forma permanente.