Tácio Lorran | 08 de julho de 2024 - 20h15

Bolsonaro diz esperar 'outras correções' da PF sobre caso das joias

Polícia Federal enviou relatório ao STF com 'erro material' sobre valor das joias desviadas da Presidência da República; corporação informou inicialmente que presentes valiam R$ 25,3 milhões, mas depois corrigiu para R$ 6,8 milhões

APÓS "ERRO MATERIAL"
Bolsonaro diz esperar 'outras correções' da PF sobre caso das joias - (Foto: Evaristo Sá)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou, nesta segunda-feira (8), que vai aguardar "muitas outras correções" por parte da Polícia Federal sobre o inquérito do caso das joias. O relatório final da PF, tornado público pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, indicava inicialmente que as joias desviadas pela associação criminosa ligada a Bolsonaro eram avaliadas em R$ 25,3 milhões. Após a retirada do sigilo, a PF disse que houve "erro material" e que o valor verdadeiro é de R$ 6,8 milhões.

"Aguardemos muitas outras correções. A última será aquela dizendo que todas as joias desviadas estão na CEF Caixa Econômica Federal, Acervo ou PF, inclusive as armas de fogo", escreveu Bolsonaro, no X (antigo Twitter).

Em seguida, o ex-presidente afirmou que aguarda a Polícia Federal se posicionar no caso Adélio: "Quem foi o mandante?".

A PF já concluiu, contudo, que Adélio Bispo, autor da facada em Bolsonaro durante a campanha eleitoral de 2018, em Juiz de Fora, Minas Gerais, agiu sozinho. Em junho, a corporação solicitou o arquivamento do inquérito que apura a facada, mas deflagrou uma operação contra o advogado de Adélio, Fernando Costa Oliveira Magalhães, por suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Segundo a corporação, não há relação entre a tentativa de assassinato e a organização criminosa. O relatório final do caso Adélio foi apresentado à Justiça, que decidirá sobre o andamento das investigações.

Entenda o caso das joias

A Polícia Federal concluiu que foi montada uma associação criminosa no governo Jair Bolsonaro para desviar joias e presentes de alto valor recebidos em razão do cargo pelo ex-chefe do Executivo. Segundo a PF, o valor parcial dos presentes entregues por autoridades estrangeiras ao então presidente somou R$ 6,8 milhões. A investigação se iniciou a partir de uma reportagem do Estadão.

Bolsonaro foi indiciado na última semana por crimes de associação criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Outras 11 pessoas também foram indiciadas:

Os valores obtidos das vendas dos presentes, segundo a PF, eram convertidos em dinheiro em espécie e ingressavam no patrimônio pessoal do ex-presidente, por meio de pessoas interpostas.

A Polícia Federal também indicou que Bolsonaro usou dinheiro em espécie obtido por meio da venda de joias para bancar as despesas dele e da família na temporada de três meses que ficou nos Estados Unidos, no início de 2023. Bolsonaro viajou ao país norte-americano no último dia do seu mandato.