Lorena Sone | 30 de junho de 2024 - 09h20

Hortas urbanas dobraram em dois anos e transformam paisagens de Campo Grande

Implementadas com apoio da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Sidagro, a iniciativa vem ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU.

DESENVOLVIMENTO
Se em abril de 2022 havia 126 hortas urbanas, hoje são 263 divididas entre hortas com fins comerciais e fins sociais. - (Foto: PREFCG)

A paisagem de Campo Grande tem se transformado nos últimos dois anos. É raro passar por algum bairro, fora da região central, e não avistar uma horta urbana. Os números confirmam. Se em abril de 2022 havia 126 hortas urbanas, hoje são 263 divididas entre hortas com fins comerciais (188) e fins sociais (75).

Implementadas com apoio da Prefeitura de Campo Grande, por meio da Secretaria Municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio (Sidagro), a iniciativa vem ao encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030 da ONU, ao promover a erradicação da pobreza e garantir alimento seguro e saudável na mesa de milhares de famílias, além de geração de renda com uma produção responsável e sustentável.

Anturi Matos de Oliveira iniciou a horta no Bairro Jardim Centenário há 3 meses. Os dois hectares de terra que estavam parados agora abrigam 93 canteiros com alface, coentro, berinjela, rúcula, couve, quiabo, repolho, tomate cereja e muito mais. "Eu procurei a Sidagro e recebi todo o apoio para começar. Todos os canteiros foram abertos com maquinário da Prefeitura, também ganhei 500 quilos de adubos para fertilizar a terra e 18 bandejas de salsinha, alface e almeirão", conta.

Restaurantes, lanchonetes e os próprios moradores da região são os principais clientes. "Eu vendo aqui mesmo. A pessoa chega falando o que quer, a gente colhe na hora e cliente já leva. Eu atendo tanto quem mora aqui pertinho e vem comprar um pé de alface, um de rúcula, como restaurantes que vem diariamente levar a verdura do dia a dia", explica.

Já a horta retomada no Asilo São João há um mês é para complementar a alimentação dos 90 idosos e trabalhadores, além de servir como ferramenta de terapia ocupacional. As hortas têm a função de trabalhar a TO (terapia ocupacional) com os idosos, complementar a alimentação e quando houver excedente, também dá para gerar renda para o asilo, explica o presidente do Asilo São João Bosco, Gercino José dos Anjos.

No local foram abertos, inicialmente, 18 canteiros com alface, rúcula, almeirão, rabanetes, beterraba e pimenta cumbuci. Nas covas foram plantadas abóbora paulista e brasileira, além da mandioca, que é a preferência dos sul-mato-grossenses.

O secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Ademar Silva Júnior, pontua que o aumento das hortas potencializa a produção de alimentos frescos e saudáveis e reduz a dependência de alimentos importados de outros estados. "É preciso cada vez mais incentivar práticas agrícolas mais sustentáveis, fazendo que a economia local circule melhor. Este trabalho de fomento à agricultura familiar foi intensificado nos últimos anos e o resultado está aí: o dobro de hortas urbanas em dois anos", frisa.

A Sidagro, através do programa Agricultura Forte e Sustentável, atua na orientação, cessão de máquinas agrícolas, doação de mudas e adubos para que o pequeno produtor possa produzir com mais qualidade e seja mais competitivo. Somente no ano de 2023, a Sidagro entregou mais de 93 mil mudas de hortaliças e verduras e 600 toneladas de adubo orgânico para beneficiar a produção da agricultura familiar.