Pacheco diz discordar da decisão do STF sobre maconha e cita invasão à competência do Congresso
Presidente do Senado reclama de decisão do Supremo Tribunal Federal que, por maioria, decide que consumo de drogas não pode ser considerado crime
PRESIDENTE DO SENADOO presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse nesta terça-feira (25), que discorda da maioria formada no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a descriminalização do porte de maconha para consumo próprio.
"Há um critério técnico para se dizer se uma substância deve ser considerada um entorpecente ilícito ou não. E há um rol nesse sentido, estipulado pela administração pública através da Anvisa", afirmou Pacheco.
"Há uma lógica jurídica, política, racional em relação a isso, que na minha opinião não pode ser quebrada por uma decisão judicial que destaque uma determinada substância entorpecente, invadindo a competência técnica que é própria da Anvisa e invadindo a competência legislativa que é própria do Congresso Nacional", completou.
O presidente do Senado defendeu que essa discussão tivesse ocorrido no Legislativo, e não no Judiciário.
"Eu acho que a discussão sobre legalização é uma discussão que pode ser feita e eu a respeito. Mas há caminhos próprios para isso e uma decisão no âmbito de um recurso extraordinário, dando a ele repercussão geral, acaba gerando um vácuo em uma lacuna jurídica importante no Brasil. Uma substância entorpecente na mão de quem a tem para poder fazer o consumo é um insignificante jurídico sem nenhuma consequência, a partir dessa decisão do Supremo Tribunal Federal. E essa mesma quantidade da mesma substância entorpecente na mão de alguém que vai repassar um terceiro é um crime de hediondo de tráfico ilícito de entorpecentes", afirmou.