Pepita Ortega | 18 de junho de 2024 - 15h50

Preso em MS, Ronnie Lessa será monitorado em novo presídio por ordens de Moraes

Lessa está preso na Penitenciária Federal de Campo Grande

POLÍCIA
Ronnie Lessa foi condenado pela Justiça Federal do Rio de Janeiro a seis anos de semiaberto por contrabando de arma de fogo - Foto: Divulgação/PCERJ

Às vésperas do julgamento sobre o caso Marielle Franco - o STF decide nesta terça, 18, se acata ou não denúncia da Procuradoria contra os supostos mandantes -, o ministro Alexandre de Moraes determinou que ex-PM Ronnie Lessa, delator que confessou ter executado a vereadora e o motorista Anderson Gomes, seja monitorado. A vigilância sobre o pistoleiro será feita por áudio e vídeo, tanto no parlatório como nas áreas comuns da Penitenciária de Tremembé, em São Paulo.

O ministro também determinou que sejam inspecionadas todas as comunicações verbais e escritas, das celas, de visitas de familiares e do atendimento com o advogado de Lessa.

A ordem consta de despacho publicado nesta segunda, 17, e amplia algumas indicações que já constavam da decisão em que Moraes levantou o sigilo da delação do ex-PM e autorizou sua transferência, da Penitenciária Federal de Campo Grande, para a unidade prisional paulista. A movimentação atendeu uma das cláusulas do acordo de delação do pistoleiro.

O ministro apontou que a transferência é provisória, considerando que os benefícios previstos no acordo que Lessa fechou com o Ministério Público Federal dependem da "eficácia" das informações prestadas por ele. Moraes lembrou que a delação é um meio de obtenção de provas, que serão analisadas durante a instrução processual penal.

A delação de Lessa deve ser um dos pontos debatidos pela Primeira Turma do Supremo durante o julgamento que pode colocar os irmãos Brazão - Chiquinho, deputado federal, e Domingos, conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio - e outros acusados de envolvimento com o assassinato de Marielle e Anderson em março de 2018.

Também nesta segunda, 17, Moraes deu aval para que o ex-PM Élcio Queiroz - também delator que admitiu ter participado da execução de Marielle e Anderson dirigindo o carro que seguiu o veículo da vereadora - e o policial Ronald Paulo Alves Pereira, o 'Major Ronald' sejam ouvidos no processo do Conselho de Ética e Decoro da Câmara que pode levar à cassação do mandato Chiquinho Brazão.

Élcio Queiroz e 'Major Ronald' foram listados como testemunhas de defesa de Chiquinho. O presidente do Conselho de Ética, deputado federal Leur Lomanto Júnior, pediu que a dupla depusesse por videoconferência em oitiva que ainda não foi agendada.

Moraes autorizou o procedimento, observados os regramentos internos dos presídios onde o delator e o policial estão custodiados - o Complexo Penitenciário da Papuda e o Presídio Federal de Mato Grosso do Sul.