O câncer de mama não é apenas o mais comum entre as mulheres, mas também uma das principais causas de mortalidade no País. Entre os tipos mais desafiadores está a metástase óssea, que atinge os ossos e que tem origem de algum tumor primário, como exemplo, a mama.

A empresária Risélia Siqueira, 49, moradora de Campo Grande, conta que a luta contra a doença começou em 2022 quando passou a sentir dores na lombar. “Eu comecei sentindo muita dor na lombar e a dor irradiava para a perna. A princípio, eu achei que seria o nervo ciático, já que na época eu era cabeleireira e ficava muito tempo em pé”, conta.

No início de novembro de 2022, Risélia precisou ser internada devido ao aumento das dores e dificuldades para andar e foi quando o primeiro diagnóstico veio. “Eu comecei a ficar com muita dificuldade para andar, sentar, levantar e aí foi quando procurei um médico. Achei que ele iria passar alguma medicação e me liberar, mas naquele dia eu fiquei internada e recebi a notícia de que eu estava quase perdendo o rim. O diagnóstico apontava uma lesão na coluna, mas nada sobre a causa exata do problema”, ela explica.

A empresária explica que durante a sua internação foram realizados vários exames para descobrir a possível causa das dores, e em meio às festividades que o mês de dezembro traz, o temível diagnóstico de câncer também veio.

“Quando eu fiquei internada, já veio aquele monte de exames. Ressonância magnética, tomografia, biópsia dos seios e em dezembro, descobriram que tudo começou nos seios e que se tratava de um câncer de mama. Porém, em janeiro de 2023, todos os resultados dos exames saíram e eu descobri que estava com câncer de mama com metástase óssea”, conta.

Segundo dados do relatório anual 2023 do Instituto Nacional de Câncer (INCA), as taxas de mortalidade por câncer de mama são mais elevadas entre as mulheres no grupo de 50 a 69 anos, que responde por cerca de 45% do total de óbitos por esse tipo de câncer. A metástase que atingiu Risélia pode atingir qualquer osso do corpo, no entanto, é mais comum em ossos maiores, como os quadris, coxas e da coluna.

Risélia durante coleta para os exames. (Foto: Arquivo Pessoal)

Desde o diagnóstico, a jornada da empresária foi marcada por altos e baixos emocionais. “Em fevereiro de 2023, eu tive que fazer a retirada dos dois ovários. Depois da cirurgia, foi constatado que um dos ovários já estava com metástase, graças a Deus eu tirei antes de afetar os outros órgãos internos. Em meio a todas essas notícias ruins, o que fez mudar como eu enxergava o diagnóstico foi o meu esposo, que olhou para mim e disse: não vamos ficar desesperados, nós temos um Deus poderoso. Um Deus que pode todas as coisas”, relembra.

A fé desempenhou um papel fundamental na luta da empresária contra o diagnóstico. Acreditando que a tristeza alimentava a doença, Risélia decidiu enfrentar o câncer com alegria e determinação.

“Um dia eu estava em casa e comecei a pesquisar o que matava esse câncer. Sei que muitas coisas que estão na internet não são verdades, mas li algo que dizia que o câncer se alimentava de tristeza, que ele destruía o psicológico e assim fazia a pessoa morrer mais rápido. Depois que li isso, decidi que se o diagnóstico se alimentava de tristeza, eu iria matar ele. Decretei que iria vencer com a força do meu Deus”, afirma.

Mesmo com fé e vontade de viver, a vida da paciente mudou drasticamente. “Depois do diagnóstico, o meu semblante se tornou muito triste, mesmo que eu tivesse mudado toda a minha rotina. Um dia eu estava em casa e dei um leve sorriso e a minha filha viu e disse ‘mãe, você sorriu’, com um tom de surpresa e esperança. Foi aí que percebi como era importante para ela me ver sorrindo. E a partir daquele dia começamos uma campanha de oração e eu passei a profetizar a minha cura todos os dias”, conta.

Com uma crescente melhora, Risélia continuava profetizando a sua cura e nem mesmo os médicos sabiam dizer o que estava trazendo um resultado positivo. “A cada dois meses, eu voltava no médico para refazer todos os exames e o resultado era sempre igual, mas mesmo com a doença avançando, eu não desistia e declarava que eu já estava curada. Em agosto, em uma dessas consultas, o meu médico disse que os exames apresentaram uma melhora e o que profetizei parecia se concretizar diante dos meus olhos”.

Em outubro de 2023, a notícia veio e o que tanto foi esperado se concretizou. Os exames de Risélia Siqueira não apresentavam mais a doença em seu corpo. “No dia 5 de outubro, eu voltei no médico e ele me disse que não havia mais metástase óssea. E nesse dia, antes de tocar o sino da cura, eu cantei a música Deserto, da Maria Marçal. Esse hino me acompanhou durante todo o processo e, após cantar, eu toquei o sino da superação. Para a medicina, a metástase não tem cura, e por isso o meu médico disse que eu tinha muito que agradecer a Deus. Deus é fiel e maravilhoso na minha vida”, finaliza.

Ouça a música Deserto: