Da Redação | 10 de junho de 2024 - 15h20

Safra de soja e milho 2023/2024 em MS enfrenta desafios climáticos

Expansão de área contrasta com queda de produtividade e produção, impactando mercado e preços

AGRO
Um dos destaques é a soja, em grãos - (Foto: Divulgação)

Na safra de soja 2023/2024, Mato Grosso do Sul expandiu sua área plantada em 5,2% em comparação ao ciclo anterior. No entanto, a produtividade caiu para 48,84 sacas por hectare, uma redução de 21,8%, resultando em uma produção de 12,3 milhões de toneladas, uma retração de 17,7%.

O mesmo cenário é previsto para a safra de milho. A área destinada ao milho na segunda safra de 2023/2024 deve ser 5,8% menor que no ciclo anterior (2022/2023). A produtividade estimada é de 86,3 sacas por hectare, com uma produção esperada de 11,485 milhões de toneladas.

De acordo com o Projeto Siga/MS, desenvolvido pela Aprosoja/MS, os desafios climáticos, como chuvas abaixo do normal e mal distribuídas, afetaram significativamente o desenvolvimento das lavouras. "A seca deste ano prejudicou a produção, que poderia ter mantido a média de crescimento dos últimos anos", explicou Gabriel Balta, coordenador técnico da Aprosoja/MS.

Apesar das perdas nas lavouras, a demanda internacional permaneceu estável, beneficiando os preços. Entre março e a última semana de maio, o preço da soja subiu de R$ 106,43 para R$ 119,55 por saca de 60kg.

Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a oferta brasileira de soja foi estimada em 200,57 milhões de toneladas, enquanto a demanda foi de 163,1 milhões de toneladas, uma redução de 3% na oferta e de 1% na demanda para a safra 24/25.

"Esperamos uma recuperação da produção na Argentina, apesar da quebra de produção no Brasil. Os estoques finais globais cresceram nas últimas safras, pressionando as cotações no mercado internacional e refletindo no mercado interno no Brasil", observou Mateus Fernandes, analista de Economia da Aprosoja/MS.

Em 2024, o Brasil exportou 36,8 milhões de toneladas de soja. Mato Grosso do Sul acompanhou essa tendência, exportando 2,443 milhões de toneladas, um aumento em comparação aos 2,208 milhões de toneladas exportados em 2023.

No caso do milho, Mato Grosso do Sul exportou 1,2 milhões de toneladas em 2023, e até agora, em 2024, foram exportadas 657,8 mil toneladas.

"O dólar é um forte influenciador nas exportações. A desvalorização da moeda brasileira torna o produto mais atrativo no mercado internacional. No entanto, o preço do milho disponível no mercado interno tem sido mais vantajoso, levando produtores a venderem internamente. Alguns produtores estão esperando uma melhora nos preços para vender no mercado internacional, mas essa estratégia deve ser bem analisada devido aos riscos", explicou Fernandes.