Como forma de tentar reverter a decisão que autoriza o desmatamento no Parque dos Poderes, ativistas e representantes da CUT (Central Única dos Trabalhadores) e dos Juristas pela Democracia organizam uma manifestação em frente ao fórum de Campo Grande nesta quarta-feira (5). A iniciativa é uma forma de chamar a atenção para a necessidade de proteger as áreas verdes urbanas, em meio a controvérsias legais sobre o manejo da vegetação nativa.

Durante o ato, a advogada dos ambientalistas, Giselle Marques, anunciou o protocolo de uma petição significativa: "Hoje estamos protocolando no fórum uma petição requerendo que o ônus da prova seja revertido em favor do meio ambiente, cabendo a quem pretende promover o desmatamento a obrigação de provar quais serão os impactos para a flora, a fauna, para os recursos hídricos e para o clima.”

Parque dos Poderes em Campo Grande - (Foto: Divulgação)

A luta dos ambientalistas já alcançou alguns avanços judiciais. No dia 8 de maio, uma sentença que validava o acordo entre o Ministério Público e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul foi anulada, embora o estado tenha recorrido. O Tribunal de Justiça, no dia 24 de maio, negou o efeito suspensivo solicitado pelo estado, mantendo a decisão de anulação.

Os ativistas alertam para as consequências do desmatamento, destacando que este vai contra os objetivos globais de sustentabilidade, como os estabelecidos no Acordo de Paris, que busca zerar as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2050. "Desmatar não combina com o compromisso de reduzir as emissões de carbono e pode interferir negativamente nas mudanças climáticas", enfatiza Giselle.

A data escolhida para o ato remete à primeira Conferência das Nações Unidas sobre o ambiente humano, a Conferência de Estocolmo, que ocorreu em 5 de junho de 1972, marcando o início de uma conscientização global sobre questões ambientais. Desde então, esta data é celebrada mundialmente como o Dia do Meio Ambiente, reforçando a importância da preservação ambiental no cenário internacional.