Gaeco desarticula esquema de peculato na Federação de Futebol de MS; presidente é alvo
Segundo o Gaeco, as investigações revelam que a FFMS abrigava um esquema criminoso em que o principal objetivo era desviar fundos de Mato Grosso do Sul e da CBF
OPERAÇÃOAgentes do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), realizam na manhã desta terça-feira (21) a Operação Cartão Vermelho, para desarticular uma organização criminosa envolvida em peculato e outros delitos correlatos dentro da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS). O presidente da entidade, Francisco Cezário de Oliveira, é um dos principais alvos da ação.
Segundo o Gaeco, durante 20 meses de investigações, foi revelado que a FFMS abrigava um esquema criminoso em que o principal objetivo era desviar fundos tanto do Estado de Mato Grosso do Sul (via convênios, subvenções ou termos de fomento) quanto da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), beneficiando membros da organização e terceiros.
Uma das técnicas usadas para desviar os recursos incluía saques frequentes em espécie de contas bancárias da FFMS, sempre em valores inferiores a R$ 5.000,00 para evitar alertar os órgãos de controle. No total, foram realizados mais de 1.200 saques, somando mais de R$ 3.000.000,00.
Além dos saques, a organização criminosa desviava diárias de hotéis pagas pelo Estado de Mato Grosso do Sul para jogos do Campeonato Estadual de Futebol. Esse esquema se estendia a outros fornecedores da FFMS, que devolviam parte dos valores cobrados aos integrantes do esquema.
Entre setembro de 2018 e fevereiro de 2023, os desvios na FFMS ultrapassaram R$ 6.000.000,00.
A Operação Cartão Vermelho cumpre sete mandados de prisão preventiva e 14 mandados de busca e apreensão nas cidades de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Equipes da Polícia Militar apoiaram a operação, que também contou com a participação de representantes da Comissão de Defesa e Assistência das Prerrogativas dos Advogados da Ordem dos Advogados do Brasil. Durante as diligências, foram apreendidos mais de R$ 800 mil em espécie.