Iury de Oliveira, Gustavo Grance, Lorena Sone e Rafael Rodrigues | 01 de maio de 2024 - 07h30

De cartazista a necropsista, Dia do Trabalho destaca a paixão e diversidade nas carreiras em MS

Profissionais celebram a variedade e a importância de suas funções

COTIDIANO
Robson Batista da Silva Andreu, Virginia Oliveira e Nedsandro dos Santos - (Foto: Reprodução)

Em celebração ao Dia do Trabalho nesta quarta-feira (1º), o portal A Crítica destaca a jornada de três profissionais em que as carreiras, embora distintas, compartilham uma característica fundamental: o orgulho em suas contribuições para a população.

De cartazista que traz cor e vida a supermercados, passando por um motorista de ônibus, até uma necropsista que enfrenta a morte para oferecer respostas, estas histórias ressaltam não só a diversidade de empregos, mas também a universalidade da dedicação no trabalho.

O cartazista Nedsandro dos Santos trabalha há 12 anos na rede Nunes de Supermercados - (Foto: Arquivo)

Nedsandro dos Santos, 42, transformou a vocação de infância em profissão. Na escola ele costumava fazer desenhos e letras estilizadas em trabalhos escolares, algo parecido com o que faz há 33 anos.

O profissional começou a trabalhar em supermercado aos 15 anos e logo a função de cartazista chamou sua atenção. Foi com um amigo que Nedsandro aprendeu a arte de fazer cartazes. “Quando comecei a trabalhar em supermercado vi uma grande oportunidade de fazer o que gosto e ganhar por isso, então eu me dediquei a aprender. Achava o máximo aqueles cartazes  e faixas  e me interessei em ser um profissional nessa área”, conta.

Nedsandro se orgulha do que faz e considera que seu trabalho traz vida ao mercado. “Temos uma loja bem abastecida, mas sem vida, então vou lá e transformo aquilo com meu trabalho, fazendo cartazes com desenhos criativos. Receber o feedback das pessoas me dá um orgulho imenso”, celebra.

Nedsandro destaca o orgulho de exercer a profissão - (Foto: Arquivo)

Há doze anos ele trabalha na rede Nunes Supermercados, onde produz cartazes para as 12 lojas. Trabalhando em uma unidade do bairro Guanandi, ele e seus dois colegas, confeccionam todos os dias os cartazes e faixas que são entregues nas outras lojas. Por dia são feitas em média 120 faixas grandes e 150 cartazes.

“Trabalhamos com muitas promoções, tablóide semanal, quinzenal, quarta e quinta verde, sexta da carne e o fim de semana especial. Todos os dias chegam as ofertas  correspondentes para produzirmos os cartazes que serão levados até as lojas, para que no dia seguinte tudo já esteja preparado”, detalhou.  

O motorista de ônibus, Robson Batista - (Foto: Arquivo)

Já Robson Batista da Silva Andreu, 48, contou um pouco da sua trajetória no segmente de transporte. Ele trabalha há 18 anos como motorista de ônibus para o Consórcio Guaicurus em Campo Grande.  

Quatro e meia da manhã é o horário que Robson começa a sua jornada de trabalho, que termina 13h30. Atualmente ele atua como motorista na linha troncal 053, Arnaldo Figueiredo Coophasul. As linhas troncais são os ônibus que iniciam suas viagens no bairro, passam nos terminais de integração da Capital e depois retornam para o bairro de onde partiram. 

No entanto, a jornada de Robson até aqui foi marcada por outras experiências profissionais. Ele trabalhou como cobrador, manobrista e até motorista B, vaga que na época era designada para os funcionários adquirirem experiência, antes de se tornar motorista profissional.

“Eu comecei como cobrador de ônibus em 2005, trabalhei no cargo por quatro meses antes de assumir a vaga de manobrista no período noturno. Depois de 50 dias, me tornei motorista B, para ganhar experiência e depois fiquei como motorista nas linhas troncais.” 

Além da categoria D na CNH, Robson possui diversos cursos: o de transporte coletivo, o Mopp (curso profissionalizante para transporte de cargas perigosas), Smart Driving (feito para aumentar a segurança do motorista no veículo e reduzir as chances de acidentes) e atualmente está finalizando o Indivisível (curso para transportar cargas que excedem peso e/ou dimensão).

A necropsista do Instituto de Medicina e Odontologia Legal (IMOL), Virginia Oliveira - (Foto: Arquivo)

Mudando de perspectiva, encontramos outra forma essencial de serviço que desafia percepções comuns. A morte, muitas vezes vista com receio pela maioria, é encarada diariamente com profissionalismo por Virginia Oliveira. Como técnica em necropsia no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), Virginia traz mais de 13 anos de experiência, lidando com a realidade da morte, abordando de forma tão natural quanto necessária.

Virginia atua na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, e é responsável pela identificação da causa do óbito. A profissional realiza exames de mortes violentas de toda a Capital e municípios vizinhos.

“Tudo se iniciou quando estava fazendo enfermagem. No curso nós fazemos o laboratório de anatomia e eu me apaixonei pelo corpo humano e a sua perfeição. No começo é assustador, eu já vi muitos casos pesados logo de início, lidar com a morte em si não é tanto o problema, mas quando se trata de criança ou mulher incomoda bastante. Mas apesar disso, sou apaixonada pelo que faço”, relata.

Por conta dos graves casos que lhe aparecem todos os dias, Virginia relata que frequenta a Coordenadoria de Atendimento Psicossocial da Polícia Civil (CEAPOC) quando necessário, fora as outras atividades que faz fora dos plantões.

“Tem dias que a equipe e eu saímos bastante abalados da sala de autópsia, por conta de alguns casos específicos. Quando é necessário nós frequentamos o CEAPOC, onde passamos por consultas com psicólogos e eles nos orientam a não ficarmos pensando no que acontece na nossa rotina de trabalho", detalha. A necropsista que não se vê fazendo outra coisa, garante que a maior gratificação é saber que conseguiu dar uma despedida digna para a família do falecido. 

Geração de empregos - MS apresentou um saldo positivo de 4.197 vagas de emprego em março, conforme a Carta de Conjuntura da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), elaborada com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Ministério do Trabalho e Emprego (Caged). Nos últimos doze meses (abril/2023 a março de 2024) foram criados 27.560 empregos no Estado.