Rariane Costa | 26 de abril de 2024 - 18h15

Estudante de medicina fica em estado vegetativo após cirurgia na mandíbula

Larissa Carvalho, de 31 anos, teve dano neurológico após o procedimento, em março de 2023. Família fala em erro médico e polícia investiga o caso. Hospital não se manifestou

DANO CEREBRAL
Fachada da Santa Casa de Juiz de Fora - (Foto: Fernando Priamo/Estadão)

Um ano após passar por uma cirurgia ortognática para correção de mandíbula em Juiz de Fora, Minas Gerais, uma estudante de 31 anos ainda se encontra em estado vegetativo. Larissa Moraes de Carvalho sofreu danos cerebrais após o procedimento realizado em março de 2023. A cirurgia foi conduzida pela Santa Casa de Misericórdia de Juiz de Fora, que optou por não se manifestar sobre o caso.

Larissa é farmacêutica formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e estudante do curso de medicina na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Um ano após o caso, através de uma liminar, a jovem passou a ser tratada no modelo home care, esquema de atendimento médico hospitalar domiciliar, ainda em estado vegetativo.

A família da jovem defende que o caso se trata de erro médico com base em laudos médicos anexados junto à uma denúncia encaminhada ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Os documentos, destacam que Larissa teria sido vítima de "falhas em diferentes pontos da assistência médico-hospitalar prestada, desde o acompanhamento anestésico até cuidados pós-PCR, que contribuiram para a desfecho neurológico observado".

Também baseado nesses laudos, o promotor de Justiça, Jorge Tobias de Souza alegou que houve falhas no procedimento cirúrgico, motivo que demandou a necessidade de aprofundamento das investigações. O MP solicitou então a abertura de um inquérito pela Polícia Civil em setembro de 2023.

O caso também foi encaminhado para avaliação do Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais (CRM-MG).

Segundo a Polícia Civil, o inquérito foi instaurado e ainda permanece aberto na 1ª Delegacia de Polícia Civil de Juiz de Fora, que investiga as circunstâncias do ocorrido. De acordo com a corporação, depoimentos foram colhidos e diligências seguem em andamento, sete meses após a solicitação do MP.

Procurado pelo Estadão, o CRM-MG afirmou que "todas as denúncias recebidas, formais e de ofício, são apuradas, sendo respeitada a ampla defesa e o contraditório". Ainda segundo a autarquia, o processo segue sob apuração sigilosa.

Responsável pelo procedimento cirúrgico, a Santa Casa de Misecórdia preferiu não se manifestar sobre o caso, alegando que não fará comentários fora dos autos judiciais.