Karina Ferreira | 02 de abril de 2024 - 09h55

VÍDEO: Bolsonaro manda aliados deixarem palanque em evento com Jorginho Mello

Ex-presidente se incomodou com quantidade excessiva de pessoas, mandou os 'sem mandato' deixarem o palco e disse que evento não era comício

NACIONAL
Bolsonaro e Jorginho - (Foto: Reprodução)

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se irritou no último sábado, 30, e mandou aliados políticos descerem do palanque onde estava prestes a fazer um discurso para apoiadores.

"Quem não tem mandato, até o meu segurança, pode descer", disse após a execução do Hino Nacional. A cena ocorreu na Avenida Atlântica, a principal de Balneário Camboriú (SC), no litoral catarinense. Segundo o ex-presidente, havia muita gente no palco, o que atrapalhava a visão do público.

"Vamos descer todo mundo aí. Quem é candidato a qualquer coisa, desce, não é comício político", emendando, em seguida, que um evento do tipo ainda será organizado por ele na cidade para as eleições municipais.

Você será sempre muito bem-vindo em nosso Estado, presidente. pic.twitter.com/jYf52KYW44



Depois da "reorganização", ficaram no palco cerca de 12 pessoas, incluindo o governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), o senador Jorge Seif (PL-SC) e o prefeito de Balneário Camboriú, Fabrício Oliveira (PL).

Bolsonaro mantém uma relação próxima com o governador, que chegou a antecipar o retorno de uma viagem a Dubai, nos Emirados Árabes, em fevereiro deste ano, para comparecer ao ato convocado pelo ex-presidente na Avenida Paulista. Ele foi um dos quatro governadores presentes no ato, ao lado de Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.

Jorginho aparece em vídeos antes e durante o evento usando duas camisetas distintas em referência a Bolsonaro, que disse ser sempre bem-vindo ao Estado. Na troca de afagos, Bolsonaro introduziu Jorginho como "meu governador, o melhor da região Sul, senão do Brasil".

Inelegível até 2030, o ex-presidente afirmou que "não vai desistir do Brasil" em seu discurso. O evento, que ocorreu durante o feriado da Páscoa, também teve uma oração coletiva, conduzida por um pastor vestindo uma camisa verde e amarela, com uma cruz estampada.

Jair Renan, o filho "04", também participou do encontro com apoiadores. No último dia 25, ele se lançou oficialmente como pré-candidato ao cargo de vereador nas eleições deste ano. Natural do Rio, ele mora na cidade do litoral catarinense, onde exerce, desde março de 2023, a função de auxiliar parlamentar em escritório de apoio do senador Jorge Seif.

O filho de Bolsonaro é réu na Justiça e vai responder à ação penal pelos crimes de falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de dinheiro. Jair Renan é acusado de usar uma declaração de faturamento falsa da empresa RB Eventos e Mídia para conseguir empréstimos bancários ao longo dos dois últimos anos. A defesa diz que ele foi vítima de golpe e que "tudo ficará esclarecido no curso do processo".

Seif também enfrenta problemas na Justiça. O senador bolsonarista será julgado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira, 4, e poderá ter o mandato cassado. O Tribunal vai avaliar se serviços foram omitidos na declaração de doações eleitorais do senador. Luciano Hang, também catarinense e empresário dono das lojas Havan, teria contribuído com R$ 380 mil à campanha. Se condenado, o parlamentar perderá o mandato e ficará oito anos inelegível.