Da Redação | 27 de março de 2024 - 10h40

Defensora de MS afirma que mulheres cis e trans são grupos mais vulneráveis ao tráfico de pessoas

No Mês da Mulher, especialista chama atenção para os riscos do tráfico de pessoas e a importância da conscientização

TRISTE REALIDADE
Coordenadora do Nudedh, defensora pública Thaisa Raquel Medeiros de Albuquerque Defante - (Foto: Divulgação)

Mulheres cisgênero e transexuais são identificadas como grupos vulneráveis ao tráfico de pessoas, conforme explica Thaisa Raquel Medeiros de Albuquerque Defante, coordenadora do Núcleo Institucional de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh) e defensora pública de Mato Grosso do Sul.

De acordo com a legislação brasileira, no artigo 149-A do Código Penal, o tráfico de pessoas é rigorosamente proibido e caracterizado por uma série de ações criminosas, como aliciamento e exploração sexual. “A conscientização sobre o tráfico de pessoas e suas diferentes formas é crucial. É necessário que haja uma compreensão geral sobre o que constitui esse crime e como ele pode ser combatido”, enfatiza Defante.

Mato Grosso do Sul não tem um relatório detalhado sobre tráfico de pessoas, mas os dados nacionais fornecem uma diretriz. O Relatório Global sobre Tráfico de Pessoas do UNODC mostra que mulheres e meninas representam a maioria das vítimas (65%), com a exploração sexual constituindo 50% dos casos globalmente.

As condições sociais desafiadoras, como pobreza e falta de oportunidades, aumentam o risco de indivíduos serem alvo do tráfico de pessoas. Defante ressalta a importância da educação e da conscientização pública para prevenir que as pessoas caiam em armadilhas de ofertas de trabalho fraudulentas.

A defensora destaca a exploração da vulnerabilidade das vítimas como um método frequentemente utilizado para obter consentimento, muitas vezes mascarado por promessas enganosas de emprego. “Na nossa sociedade patriarcal, a vulnerabilidade é frequentemente exacerbada pelo gênero. Mulheres, em particular, por assumirem o papel tradicional de cuidadoras, podem interromper sua educação e desenvolvimento profissional, tornando-se alvos fáceis para formas de exploração,” ela explica.