Iury de Oliveira | 24 de novembro de 2023 - 10h20

Com 35 caminhonetes, expedição parte para explorar a Rota Bioceânica e identificar necessidades

A expedição se concentra na construção da ponte sobre o Rio Paraguai, entre Carmelo Peralta e Porto Murtinho, uma infraestrutura essencial para abrir novos caminhos comerciais, especialmente para exportações asiáticas

EXPEDIÇÃO DA RILA
Comitiva composta por autoridades, pesquisadores e empresários partiu de Campo Grande rumo a Porto Murtinho - (Foto: A Critica)

Na manhã desta sexta-feira (24), uma comitiva composta por autoridades, pesquisadores e empresários partiu de Campo Grande rumo a Porto Murtinho, dando início à terceira Expedição da Rota de Integração Latino Americana (Rila). O grupo, incluindo a prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), e o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jayme Verruck, embarcou em 35 caminhonetes para percorrer 2.500 quilômetros até o Chile.

A expedição se concentra na construção da ponte sobre o Rio Paraguai, entre Carmelo Peralta e Porto Murtinho, uma infraestrutura essencial para abrir novos caminhos comerciais, especialmente para exportações asiáticas. A obra iniciada em dezembro de 2021 tem previsão de conclusão para 2025.

Verruck enfatizou a importância da rota comercial emergente, aberta pela construção da ponte sobre o Rio Paraguai, ligando a cidade paraguaia de Carmelo Peralta a Porto Murtinho. A obra, iniciada em dezembro de 2021 e prevista para ser concluída em 2025, é vista como um vetor crucial para encurtar as rotas de exportação para a Ásia.

O secretário destacou especialmente a necessidade de se atentar às percepções e experiências das comunidades locais ao longo da rota. "A gente quer olhar também como é que está a percepção das pessoas ao longo da Rota, como é que os municípios, esses prefeitos estão percebendo essa Rota, que praticamente daqui a dois anos vai estar em operação e também as dificuldades", afirmou Verruck. Ele ressaltou a importância de identificar e superar desafios, como questões alfandegárias, migração e infraestruturas ainda necessárias, para assegurar uma implementação eficiente e benéfica da rota.

A prefeita Adriane Lopes considera a viagem um marco na história do desenvolvimento da Capital, pois o mercado consumidor na rota tem em torno de 20 milhões de pessoas.

“Nós acreditamos que é um novo tempo para a economia da Capital. A expectativa de melhorias é para os próximos dias, não são anos, porque o Chile já está aqui, nós já estamos exportando a nossa carne. Então, quando a gente começa a realizar essas exportações, novos negócios, nós acreditamos que o desenvolvimento vai gerar novas oportunidades de emprego para Campo Grande e nós vamos avançar muito”, disse Adriane.

Além de Lopes e Verruck, participam também Cláudio Cavol, presidente do Setlog MS, e Herivelto Moisés, diretor do Sest/Senat que está fazendo o trajeto pela primeira vez, planeja avaliar a rota para desenvolver treinamentos adequados aos motoristas, incluindo um curso de espanhol básico para facilitar a comunicação nas aduanas.

A expedição se concentra na construção da ponte sobre o Rio Paraguai, entre Carmelo Peralta e Porto Murtinho

A expedição se concentra na construção da ponte sobre o Rio Paraguai, entre Carmelo Peralta e Porto Murtinho, uma infraestrutura essencial para abrir novos caminhos comerciais, especialmente para exportações asiáticas. A obra iniciada em dezembro de 2021 tem previsão de conclusão para 2025.

A programação detalhada da expedição inclui várias atividades e encontros estratégicos. No sábado (25), o grupo visitará o canteiro de obras da Ponte Internacional Bioceânica, um marco crucial na rota. Posteriormente, haverá um encontro em Porto Murtinho com a ministra de Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e o governador Eduardo Riedel (PSDB). Este evento proporcionará uma oportunidade única para discussões e planejamento sobre a integração comercial e infraestrutural da região.

Após isso, a comitiva percorrerá o Chaco Paraguaio, chegando a Loma Plata, onde se reunirá com autoridades locais. Esta etapa da viagem é fundamental para entender as necessidades e perspectivas das comunidades ao longo da rota.

As caminhonetes seguem pela expedição

No domingo (26), a expedição continuará para Mariscal Estigaribia e Poso Hondo, entrando na Argentina pela cidade de Tartagal. De lá, seguirão para San Salvador de Jujuy, onde pernoitarão. Esta parte da viagem permitirá uma avaliação das condições de estrada e infraestrutura ao longo do caminho, essencial para futuros transportes e logística.

Na segunda-feira (27), a viagem prossegue em direção à fronteira com o Chile, em Passo de Jama, e depois para San Pedro do Atacama. Na terça-feira (28), o comboio se dirigirá para Iquique, onde encontrarão uma carga de carne bovina exportada de Mato Grosso do Sul, simbolizando o potencial de comércio na rota.

O ponto alto da expedição ocorrerá na quarta-feira (29), quando a comitiva participará do 4º Foro de Los Territorios Subnacionales del corredor Bioceánico Capricornio, um evento que reunirá cerca de 600 empresários chineses, além de representantes da Bolívia, Argentina, Paraguai e Chile. Esta será uma oportunidade para estabelecer conexões comerciais e discutir futuras colaborações.

Finalmente, na quinta-feira (30), a comitiva seguirá para Salta, e na sexta-feira (1º) participará de uma agenda oficial com autoridades locais, além de uma Rodada de Negócios em San Salvador de Jujuy.

O retorno para Campo Grande está previsto para o dia 5, após uma parada em Asunción, onde a delegação permanecerá até o dia 4 e terá uma agenda oficial e pernoitará em Ponta Porã.

O impacto da ponte, com um investimento de 82 milhões de dólares e uma extensão de 1,3 mil metros, será significativo na logística regional. Atualmente, os navios com produtos para exportação que saem do Porto de Santos percorrem 24,1 mil quilômetros para chegar à Ásia. Com a conclusão da ponte, o percurso será reduzido para 18,6 mil quilômetros, aumentando a competitividade dos produtos no mercado asiático.