Thaís Matos e Rafael Rodrigues | 07 de novembro de 2023 - 11h50

Radialistas do Grupo Feitosa de Comunicação compartilham trajetória na profissão

Apesar dos avanços tecnológicos, as pessoas preferem escutar no aparelho de rádio tradicional

DIA DO RADIALISTA
Jefferson Silva (à esq.) e Nei Cassiano (à dir.) - (Foto: Acervo pessoal)

No Brasil, o Dia do Radialista é comemorado em 7 de novembro. A data existe para homenagear os profissionais que trabalham no rádio, seja como locutores, produtores, jornalistas ou operadores de áudio.

Pesquisa divulgada no ano passado pela Inside Rádio, mostra que 83% da população brasileira escuta rádio. Ao contrário do que muitos pensam, o consumo até aumentou nos últimos anos. Seja no carro, em casa ou no trabalho. Em todos os lugares há um radinho ligado. Por isso, o Jornal A Crítica conversou com alguns radialistas do Grupo Feitosa de Comunicação, que compartilharam sua trajetória. 

No comando da Serra FM em Rio Verde de MT, Ney Cassiano conta que iniciou sua história no rádio por influência de um primo que era locutor. “Comecei trabalhar na rádio como auxiliar de escritório em 1990 na extinta FM Canarinho, hoje Mega 94. O que me inspirou virar radialista foi a magia do rádio, por ele ser importante na vida do ser humano, eu me apaixonei pela profissão e claro tive vários colegas de trabalho na época que me incentivaram”, conta. 

Ney Cassiano, comunicador e apresentador na Serra FM

Para ele, a maior responsabilidade da profissão é levar informação para a sociedade, além de entretenimento, alegria, alto astral e carisma. E o principal, atender os ouvintes que pedem música. 

Perguntado sobre uma história marcante que viveu nos estúdios, ele relembra de uma moradora do município de Nioaque que teve sua casa incendiada. “Ela me pediu ajuda através da rádio Serrana FM, pedindo doações para a população da cidade, e graças a divulgação, ela conseguiu construir novamente sua casa”. 

Ainda é muito comum você ver um rádio ligado, do início da manhã até o final da noite. Na pesquisa divulgada pela Inside Rádio, indica que apesar dos avanços tecnológicos, as pessoas preferem escutar no aparelho de rádio tradicional. Para o profissional, a rádio é uma companhia para aquelas pessoas que moram sozinhas. 

“Principalmente na área rural, companhia no trabalho, em casa, viagens, vida sentimental, saudade de alguém, alegria ou na tristeza o rádio sempre está presente na vida das pessoas”, conclui.

Ney Cassiano sempre teve o sonho de ser radialista e ele afirma que exercer a função hoje é uma realização. “Sempre tive um sonho de ser um radialista e consegui realizar. O  rádio é uma escola onde todos os dias aprendemos algo novo, com músicas, notícias, com os ouvintes e também com outros radialistas”. 

Ele finaliza com um recado para os aspirantes a radialistas que desejam seguir nessa carreira tão promissora. “É preciso gostar de músicas de todos os estilos, escutar várias emissoras diariamente e se inspirar em um comunicador/locutor”. E também ressalta a importância de se manter informado através de jornais e livros. 

Outro amante da profissão é o locutor Jefferson Silva. Colega de Ney na Serra FM, ele conta que sua trajetória na rádio começou em 2009. “Tive a oportunidade de trabalhar em uma antiga rádio, porém na função de auxiliar administrativo, aproveitei a chance e comecei a estudar locução. Um dia, o locutor daquela rádio havia faltado e então surgiu minha primeira oportunidade”, relembra. 

Radialista Jefferson Silva, da Serra FM

Neste dia, ele conta que foi escalado para anunciar a hora. E se saiu tão bem, que convidado para tomar conta da programação. “Após um tempo, me deram um programa no período noturno, porém, ainda recebia como auxiliar administrativo, então me esforcei ainda mais nos estudos para chamar atenção dos donos da rádio e me contratarem como locutor”. 

Ele também viveu momentos marcantes através da profissão. “Estávamos no mês de prevenção ao suicídio e falei sobre o tema ao vivo me disponibilizando para quem quiser conversar ou desabafar. Finalizei o programa e fui para casa almoçar com minha família e enquanto comia, recebi uma ligação de uma ouvinte e ela disse que me escutou na rádio e já começou a chorar, ela só queria desabafar mas não tinha ninguém para isso”, relembra emocionado. 

O contato saiu dos estúdios e foi para a vida. Ele conta que conheceu a ouvinte e também sua família. Até hoje ela é uma fiel companheira e está sempre interagindo com o programa. 

Jefferson pontua que, apesar de sempre estar atualizado, no geral é preciso somente ligar o microfone e falar. “Diferentemente da TV e da internet, o rádio não precisa de grandes inovações. O papel que temos é comunicar, entreter de forma rápida e descontraída”.

Se descrevendo como uma pessoa muito vergonhosa, ele afirma que a rádio vai além de uma profissão. Ele destaca que faz parte de sua vida e leva isso como uma terapia. 

E para aqueles que almejam esse futuro, ele afirma. “Estude muito. Não tem escola melhor do que rádio de interior, porque você faz tudo, é locutor, redator, criador, produtor e se algo der errado, é você quem tem que arrumar. É um trabalho pesado, mas te dá muita experiência”.