Da crise pessoal à arte curativa, José Lucas renasceu com um talento singular
Em uma era dominada pela velocidade da tecnologia, José vê o artesanato como um contraponto necessário
MANDALASJosé Lucas Rocha da Silva, morador do bairro Monte Castelo em Campo Grande, nunca se imaginou no mundo das artes. Em 2022, a recomendação de seu psicólogo lhe apresentou um novo horizonte: o artesanato. O que começou como um escape das dolorosas crises de pânico e da perda recente de sua avó materna tornou-se um refúgio e, eventualmente, sua marca registrada.
Desempregado e enfrentando problemas de coluna, Lucas encontrou nas mandalas – especialmente nas religiosas – uma forma de se reconectar com seu eu interior e com o mundo ao seu redor. Católicos, umbandistas, candomblecistas e até budistas já o procuraram para encomendas, evidenciando a universalidade e o poder evocativo de sua arte.
Mesmo com a crescente procura e os elogios que recebe, Lucas mantém os pés no chão. "Ainda não tenho confiança para me autodenominar artesão", admite. E, sobre a marca, ele ressalta: "Não possuo, mas quem sabe no futuro?", conta ao Light.
Em uma era dominada pela velocidade da tecnologia, onde tudo é produzido em massa e as relações humanas tornam-se, cada vez mais, superficiais, José vê o artesanato como um contraponto necessário. "O artesanato possui essência e sentimento. A tecnologia está, de certa forma, nos alienando disso, e talvez seja por isso que vemos tantos problemas de saúde mental atualmente", reflete.
Para ele, a concorrência no mundo do artesanato não é uma preocupação. "Cada artista tem seu espaço. As pessoas se conectam com diferentes artistas em diferentes momentos de suas vidas", acredita.
Quando questionado sobre o impacto de seu trabalho nos outros, Lucas recorda de um momento especial: "Já vi olhos lacrimejando ao entregar uma encomenda. Nunca imaginei que algo que começou como terapia para mim pudesse emocionar alguém dessa forma." E seu público? Adultos, principalmente, que desejam suas mandalas para compor altares pessoais.
José optou por um estilo de vida mais discreto, abandonando redes sociais em busca de sanidade mental. Para aqueles interessados em suas mandalas, ele pode ser contatado via WhatsApp (67) 9 9846-4062, a sua única forma de comunicação atual. O artesanato o salvou, e agora, através de suas mãos e de suas cores, ele toca outros corações.
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