Com lotação máxima no plenário, 3º dia de julgamento inicia com tese de acusação
Promotor de Justiça, Moisés Casarotto, usou seu tempo para exibir prints de mensagens, interceptação telefônica, recibos de pagamentos, bem como fotos do arsenal, e até bonés espião
JULGAMENTOO terceiro dia de julgamento da morte do estudante Matheus Coutinho Xavier, morto no lugar do pai, 'PX', começou sem a presença de Jamil Name Filho, nesta quarta-feira (19). O juíz permitiu, a pedido da defesa e do réu, que 'Jamilzinho' pudesse rever a família no início da manhã. O reencontro aconteceu em uma sala separada.
A sessão iniciou com um gesto emocionte no plenário, o Promotor Moisés Casarotto entregou uma beca para a advogada Cristiane Coutinho, mãe da vítima e assistente de acusação no caso. “Eu não tenho palavras para dizer da força da Dra Cristiane, por tudo que seu filho passou. Ele tinha o sonho de ser promotor de justiça, hoje você está com uma beca emprestada, e a única coisa que podemos fazer é lhe presentear com uma beca com o seu nome e o nome do Matheus. Você está honrando a imagem do Matheus. Você hoje está aqui para representá-lo”, disse o promotor no início da sessão.
Durante sua fala, o promotor mostrou várias provas, que são suficientes para comprovar que 'Jamilzinho' é um dos mandantes do crime. Casarotto usou seu tempo para exibir prints de mensagens, interceptação telefônica, recibos de pagamentos, bem como fotos do arsenal, e até bonés espião, com fotos de Jamil Name. "Eles estão envolvidos até o fio de cabelo", afirmou o promotor de justiça.
Outro elemento uilizado pelo promotor foi o depoimento de Eliane, ex-esposa de Marcelo Rios e testemunha de defesa. Casarotto afirma que Eliane mentiu e mudou a versão por estar recebendo dinheiro da organização. Para provar, o promotor exibiu uma foto de Eliane com dinheiro, e recibos em nome de Mercelo Rios, assinados pela mesma. No depoimento, Eliane fala sobre envolvimento de 'Jamilzinho' na morte de Matheus. "Na semana ele (Marcelo) estava muito nervovo, eu escutei ele falando 'tinha dado merda', ele estava conversando com o 'guri' (Jamilzinho)", diz Eliane no trecho exibido. Este foi o primeiro depoimento dela, em 18 de maio de 2019. Um mês após o assassinato do jovem.
Ainda durante sua fala, o promotor exibe a segunda versão do depoimento de Eliane. "Muito tempo depois, em agosto a Eliane se apresentou ao Ministério Público para pedir proteção. Tudo o que a Eliane tinha falado mudou completamente, por que isso? Por dinheiro da organização!", afirma o promotor. Momento em que mostra aos jurados os recibos de pagamento no valor de R$ 5 mil.
Outra prova contundente é uma interceptação telefônica entre Rios e 'comparsa', em que conversavam sobre as armas. "Não é do Juanil", afirma o promotor. Casarotto diz que dias antes da prisão de Rios, Rafael Antunes ligou e deu o nome claro do Jamil. "Ele avisou que é para ele tirar as armas e entregar para o Velho e para o Jamilzinho", conclui.
A fala de Casarotto durou cerca de 1h30, próximo a falar no debate é o promotor Douglas Oldegardo.
O julgamento que estava previsto para terminar na quinta-feira, pode ter fim antecipado para hoje (19).