O Ford Aero Willys de 1969, um verdadeiro tesouro da indústria automobilística brasileira, foi colocado em leilão nesta quarta-feira (24) como sucata, com um valor de lance inicial de apenas R$ 200. Apesar de atrair lances, o veículo permanecerá no pátio do Departamento de Trânsito (Detran), uma vez que nenhum dos potenciais compradores possui a licença necessária para adquiri-lo.

O Aero Willys, abandonado pelo proprietário em uma via pública no municipio de São Gabriel do Oeste e posteriormente recolhido pelo Detran, é um modelo de carro histórico. Foi o primeiro veículo produzido no Brasil e serviu como carro oficial para várias entidades governamentais. Devido a essa distinção, chegou a ter uma versão chamada Willys Itamaraty, uma homenagem ao Ministério das Relações Exteriores do Brasil.

Apesar de seu estado atual, o Aero Willys é considerado uma relíquia. Modelos restaurados podem alcançar valores de até R$ 100 mil em plataformas de venda online, enquanto versões em condições menos favoráveis são negociadas por até R$ 30 mil. No entanto, neste leilão, o veículo foi categorizado como sucata, o que significa que só pode ser adquirido por pessoas jurídicas devidamente credenciadas junto ao órgão de trânsito estadual ou do Distrito Federal.

A empresa Mega Leilões, responsável pelo leilão, afirmou que o valor do lote foi definido em conjunto com a comissão de leilão do município, levando em consideração a avaliação do leiloeiro. Apesar do interesse demonstrado, o Aero Willys de 1969 continuará no pátio do Detran, aguardando um comprador com a licença adequada.

Ford Aero Willys
O Ford Aero Willys tem uma história rica e interessante. A linha de carros de passageiros Willys Aero foi fabricada pela Willys-Overland e pela Kaiser-Willys Corporation nos Estados Unidos de 1952 a 1955. Teve uma produção total de 91.377 Aeros construídos em Toledo, Ohio. A produção nos EUA incluiu os modelos Eagle, Lark, Wing, Falcon, Ace com quatro opções de motor: F4-134 Hurricane, L6-161 Lightning, F6-161 Hurricane, e L6-226 Super Hurricane.

Os modelos fabricados em Toledo estavam disponíveis com quatro opções de motor, enquanto os modelos brasileiros estavam equipados apenas com o F6-161. A produção do carro nos EUA terminou quando Henry J. Kaiser decidiu se concentrar exclusivamente em Jeeps. Os Aeros tinham boa economia de combustível e relação peso-potência entre os carros de produção dos EUA.

Depois de ser descontinuado nos EUA, a ferramenta para o modelo foi para o Brasil, onde foi produzida entre 1960 e 1971. Os modelos brasileiros incluíam Aero, 2600, Itamaraty, e Executivo. 116.967 Aeros brasileiros foram vendidos através de concessionárias Ford do Brasil até sua substituição pelo Ford Maverick dos EUA.